“É um ano de experiências”. Na antecâmara dos Mundiais de Halifax, Fernando Pimenta e o seu técnico, Hélio Lucas, não tinham propriamente baixado as expectativas de medalhas mas explicavam que o final de 2022 seria para testar outras provas e distâncias tendo em conta o início de ciclo que irá terminar com aquele grande objetivo que o atleta de Ponte de Lima ainda transporta de ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos depois da prata em Londres no K2 1.000 com Emanuel Silva e do bronze em K1 1.000 em Tóquio. Era nesse contexto também que chegava a Munique, trocando a tal experiência no K2 500 mistos com Teresa Portela pelo K2 1.000 com o jovem João Duarte e mantendo K1 500, K1 1.000 e K1 5.000.

A primeira destes Europeus, a 119.ª no plano internacional: Fernando Pimenta conquista bronze em K1 500

O K2 1.000 acabou por ser o osso mais duro de roer, com a passagem pelas meias-finais para a qualificação para a corrida decisiva que se realiza este domingo. Pouco depois, na tarde desta sexta-feira, Pimenta foi medalha de bronze no K1 500, repetindo o resultado dos Mundiais agora atrás do alemão Jacob Schopf e do húngaro Adam Varga. Seguia-se a final mais aguardada de K1 1.000, a sua grande especialidade.

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Uma decisão ao photo finish: Fernando Pimenta ganha segunda medalha em duas horas e é vice-campeão mundial de K1 1.000

Estava preparado mais um grande duelo entre o português e o húngaro Balint Kopasz, talvez um dos mais interessantes da canoagem da atualidade como se tem visto em Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus. O limiano já ganhou, o magiar já ganhou, o espectáculo está sempre garantido, com essa nuance de Pimenta ter arriscado fazer mais provas do que é normal com o impacto que depois tem no rendimento. E o facto de os últimos Mundiais terem sido decididos no photo finish era mais um aliciante para a final.

Já tinha a prata, foi bronze mas acabou a bater com a pagaia por querer mais. E é isso que faz de Pimenta um super atleta de ouro

Fernando Pimenta assumiu a prova desde início, passando na frente aos 250 e 500 metros, ainda teve a capacidade de responder ao ataque de Kopasz a partir dos 600 metros virando o último ponto aos 750 metros na primeira posição mas não resistiu à ponta final mais forte do húngaro, terminando na segunda posição como tinha acontecido nos Mundiais. O português terminou com o tempo de 3.31,964, atrás do campeão olímpico magiar (3.29,898) e à frente do belga Artuur Peters (3.32,401). O alemão Jakob Thordsen voltou a falhar o pódio no K1 1.000, terminando a competição com a marca de 3.34,754.

De referir que esta foi a 24.ª medalha de Fernando Pimenta em Europeus, a nona apenas na distância de K1 1.000: foi ouro em 2016, 2017 e 2018, prata em 2015, 2019, 2021 e 2022 e bronze em 2011 e 2015. Ao todo, o canoísta mais titulado de sempre leva já 120 pódios em competições internacionais.