Os desenvolvimentos do caso da morte de Daria Dugina, filha do filósofo russo Alexander Dugin, continuam a marcar o 180.º dia de guerra. O Presidente russo falou pela primeira vez sobre o caso, que descreveu como um “crime vil e cruel”.

O Serviço de Segurança Federal russo disse ter identificado a responsável pela explosão que vitimou Daria Dugina. Adianta que o crime foi preparado e cometido pelos serviços especiais da Ucrânia e que a autora é a ucraniana Natalya Pavlovna Vovk.

A agência refere que a mulher estaria a vigiar Daria Dugina há cerca de um mês, que esteve no festival para o qual a jornalista apoiante do regime foi convidada e que terá fugido depois para a Estónia. A Ucrânia tem negado qualquer envolvimento no incidente.

Esta segunda-feira, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, anunciou que planeia falar ao telefone com o homólogo russo, Vladimir Putin, ainda esta semana. O objetivo é discutir a situação na central nuclear de Zaporíjia e a guerra na Ucrânia, disse uma fonte diplomática à agência de notícias russa RIA Novosti.

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Erdoğan disse também que espera que um encontro entre Putin e o chefe de Estado ucraniano ocorra num “futuro não muito distante” na Turquia, assumindo que essa reunião é “um dos seus objetivos”.

No discurso diário, o Presidente da Ucrânia revelou que a Rússia já lançou quase 3.500 mísseis de cruzeiro em território ucraniano desde o início da invasão. Não faltaram críticas à “audácia” da Rússia por, apesar das “provocações” na central nuclear de Zaporíjia, ter pedido um encontro urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação no complexo, que tem sido alvo de bombardeamentos ao longo das últimas semanas.

O que aconteceu durante a noite?

  • Os Estados Unidos estão a preparar-se para fortalecer as sanções à Rússia e garantir que são eficazes, avança o Wall Street Journal.
  • O Centro Nacional da Constituição norte-americano vai entregar em outubro a Medalha da Liberdade de 2022 ao Presidente ucraniano pela “heroica defesa da liberdade diante da tirania russa”.
  • A ONU formalizou a nomeação dos três peritos que irão investigar o ataque contra uma prisão em Olenivka, na Ucrânia, onde morreram 50 prisioneiros ucranianos e cuja autoria é alvo de acusações cruzadas entre Moscovo e Kiev.
  • O Canadá concordou entregar a turbina necessária para o gasoduto russo Nord Stream 1, que fornece gás à Europa. A peça estava em reparação no Canadá e é considerada pela Rússia como essencial para o funcionamento do gasoduto.
  • O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que o risco nuclear “atingiu o ponto mais alto em décadas” e apelou ao fim da corrida ao armamento nuclear “de uma vez por todas”.
  • O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, mostrou-se contra a proibição total dos vistos para os cidadãos russos. “Proibir a entrada a todos os russos não é uma boa ideia. Temos de ser mais seletivos”, afirmou, citado pela Bloomberg. Os EUA também não apoiam uma proibição total, lembrando a situação dos refugiados e dissidentes da Rússia.
  • A Ucrânia voltou a lançar um ataque à ponte Antonivsky na região de Kherson, que se encontra atualmente sob ocupação russa. “Estamos a esgotar o inimigo na região de Kherson”, escreveu no Facebook Serhii Khlan, deputado do conselho regional.
  • O President russo condecorou Daria Dugina a título póstumo. “Pela coragem e dedicação demonstradas no desempenho do dever profissional, atribuo a Ordem da Coragem a Daria Alexandrovna Dugin – correspondente da sociedade anónima privada Tsargrad Media, de Moscovo”, lê-se no site da Presidência.
  • A Estónia não recebeu o pedido de extradição e não vai comentar o caso de Natalya Vovk, cidadã ucraniana suspeita de assassinar a filha do ideólogo de Putin. O país não vai fornecer dados sobre viagens particulares, a não ser nos casos que estejam previstos por lei. A Rússia já deixou uma ameaça: “Se a Estónia não extraditar a autora do assassinato de Dugina para a Rússia, existem motivos para ações duras”.
  • A Rússia pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira, avança a agência russa RIA Novosti. O objetivo é discutir a situação na central nuclear de Zaporíjia, que tem sido alvo de vários ataques nas últimas semanas.
  • A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) denunciou que a agressão da Rússia contra a Ucrânia causou a destruição de locais de culto, enquanto líderes religiosos russos, “voluntariamente ou sob coação”, justificam o conflito.
  • Desde o início da invasão russa morreram quase nove mil soldados ucranianos, revelou Valeriy Zaluzhnyi,o chefe das Forças Armadas da Ucrânia, citado pela Sky News.Trata-se de uma das primeiras grandes atualizações sobre o número de baixas no país.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Alexander Dugin descreveu a morte da filha como um “ato terrorista” provocado pelo “regime nazi ucraniano”.
  • A Ucrânia voltou a negar a autoria do atentado, com o conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podolyak, a acusar a Rússia de viver num “mundo fictício”.
  • A Rússia excluiu a possibilidade de uma solução diplomática para acabar com a guerra na Ucrânia, disse ao Financial Times o representante permanente russo junto das Nações Unidas. Gennady Gatilov refere que os especialistas russos esperam um conflito prolongado.
  • Pelo menos 972 crianças foram mortas ou feridas na Ucrânia, assinalou a UNICEF, alertando que os menores que fogem do conflito correm riscos de separação familiar, violência, abusos, exploração sexual e tráfico.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Reinsalu, apelou à adoção de um novo pacote de sanções contra a Rússia, incluindo um embargo energético e restrições de viagem contra cidadãos russos.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O Presidente da Turquia planeia falar ao telefone com Vladimir Putin esta semana. O objetivo é discutir a situação na central nuclear de Zaporíjia e a guerra na Ucrânia, disse fonte diplomática à agência de notícias russa RIA Novosti.
  • A União Europeia (UE) poderá aprovar ainda este mês uma missão de treino e assistência ao exército ucraniano, revelou o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell.
  • Dennis Rodman, ex-jogador da NBA conhecido pela relação com Kim Jong-un, tem permissão para ir a Moscovo. Vai à Rússia tentar libertar a basquetebolista Brittney Griner, condenada a nove anos de prisão por tráfico de droga. Os EUA desaconselham viagem.
  • A presidente da Comissão Europeia prestou uma homenagem à coragem do povo ucraniano face à agressão militar da Rússia, numa mensagem divulgada por ocasião do Dia Europeu em Memória das Vítimas de todos os Regimes Totalitários e Autoritários.
  • Militares ucranianos revelam que a Rússia terá colocado cinco navios de guerra e submarinos com mísseis no Mar Negro e que estará a posicionar sistemas de defesa aéreos na Bielorrússsia. A partir de hoje, com o aproximar de duas celebrações nacionais, estão proibidos os ajuntamentos em Kiev durante quatro dias.
  • A Rússia disparou sobre Nikopol, Kryvoriz e Synelnykiv durante a última noite, perto da central nuclear de Zaporíjia, dizem oficiais ucranianos. Segundo o governador de , Valentyn Reznichenko, foram lançados em Nikopol “42 projéteis russos para bairros residenciais”.
  • O Presidente da Ucrânia afirmou que se Rússia avançar com julgamento em Mariupol dos soldados ucranianos estará a “retirar-se de todas as negociações”. Zelensky avisa que a resposta “será absolutamente clara” caso os militares sejam julgados, uma vez que se trataria de “uma violação de todos os acordos, todas as regras internacionais”.