As despesas de saúde aumentaram significativamente de 2020 para 2021 até um total de 23,7 mil milhões de euros. A parcela que mais subiu foi a que é paga diretamente pelos utentes e famílias portuguesas: aumentou 14,7% para quase 6,8 mil milhões de euros. Aquela suportada pelo Estado subiu 11% para 15,6 mil milhões de euros.

Embora o aumento tenha sido maior no último ano, confirma a tendência de subida que se verificava desde 2014. Em 2021, foi justificado pelo “aumento dos gastos associados ao combate à pandemia” e pela “retoma da assistência nas áreas não covid-19”, de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, citados pelo Público.

As despesas pagas pelos utentes correspondem àquilo que não é comparticipado pelo Estado e inclui medicamentos, análises e exames, consultas e cirurgias no setor privado, ente outros. Em 2020, as famílias gastaram cerca de 5,9 mil milhões de euros (menos 906 milhões de euros do que em 2021), porque grande parte dos gastos associados à pandemia de Covid-19 foram suportados pelas entidades públicas e houve uma diminuição da procura dos serviços privados.

A falta de cobertura do Serviço Nacional de Saúde em algumas áreas de especialidade, a necessidade de ter uma reposta mais rápida dos serviços de saúde e a diminuição da comparticipação do Estado em alguns medicamentos justificam o aumento das despesas, o que coloca Portugal entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) onde as famílias têm mais gastos diretos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR