A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou, esta segunda-feira, os resultados definitivos das eleições gerais angolanas, após a UNITA ter apresentado várias queixas relativamente à contagem dos votos. O plenário da CNE aprovou, por conseguinte, as atas sínteses do apuramento nacional.

Os resultados foram anunciados por Manuel Pereira da Silva, presidente da Comissão Nacional Eleitoral angolana. “Contados todos os votos em todas as 26.488 mesas de voto e nas 18 províncias”, assim como nas 45 mesas de voto no estrangeiro, os resultados são os seguintes:

  • MPLA: 3.209.429 (124 deputados), 51,17%
  • UNITA: 2.756.786 (90 deputados), 43,95%
  • PRS: 71.351 (2 deputados), 1,14%
  • FNLA: 66.337 (2 deputados), 1,06%
  • PHA: 63.749 (2 deputados), 1,02%
  • CASA-CE: 47.446 (0 deputados), 0,76%
  • APN: 30.139 (0 deputados), 0,48%
  • P-NJANGO: 26.867 (0 deputados), 0,42%

O presidente da CNE angolana revelou ainda que votaram 6.454.109 eleitores (num universo de 14.399.391 eleitores), sendo que a abstenção se ficou pelos 55,18%. Registaram-se ainda 107.746 votos em branco (1,67%) e 74.259 votos nulos (1,15%).

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Assim sendo, “diante dos resultados eleitores obtidos por cada formação política”, Manuel Pereira da Silva proclamou o cabeça de lista do MPLA pelo círculo nacional, João Lourenço, enquanto Presidente da República (cumprindo o segundo mandato) e Esperança Costa como vice-presidente.

Tendo em conta estes resultados, o MPLA consegue obter maioria absoluta na Assembleia Nacional, mas, face às últimas eleições, perde 26 parlamentares, ao passo que a bancada da UNITA ganha 39. A CASA-CE deixa de ter representação parlamentar, perdendo os nove deputados. O PRS mantém os dois parlamentares que conquistara nas últimas eleições, enquanto a FNLA ganha um deputado. Por fim, o PHA consegue eleger, pela primeira vez, dois deputados.

Em comparação às últimas eleições, o MPLA perde mais de um milhão de votos. Já a UNITA, consegue angariar mais 900 mil votos face a 2017.

Estas eleições ficaram marcadas ainda pela vitória histórica da UNITA em Luanda (que também ganhou Cabinda e o Zaire). O MPLA conquistou, por seu turno, a maioria dos votos em 15 províncias.