“Nós ganhámos o penta e isso merece, no mínimo, cinco garrafas de champanhe.” Foi assim que João Lourenço terminou o discurso de vitória nas eleições angolanas, uma hora após a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) o ter proclamado como novo Presidente de Angola. “A vontade soberana do povo angolano, através dos eleitores que exerceram o seu direito de voto nas urnas, acaba de conferir ao MPLA a legitimidade de governar Angola.”
“Foi a vitória da humildade, da seriedade e da estabilidade”, saudou João Lourenço, que assumiu o “enorme orgulho e satisfação” com que o MPLA celebra “mais uma vitória”. Agradecendo “a confiança que os angolanos depositaram” no partido, o chefe de Estado reeleito prometeu “continuar a trabalhar no desenvolvimento económico e social do país e no bem-estar dos angolanos”. “Serei o Presidente da República de todos os angolanos.”
Segundo João Lourenço, o povo angolano “decidiu de forma inequívoca que deseja um executivo do MPLA para os próximos cinco anos como garantia da estabilidade e consolidação do Estado democrático e de direito”. “O voto no MPLA foi um voto de confiança, que acarreta a enorme responsabilidade de promover o diálogo e a concertação social com os diferentes parceiros da sociedade civil”, garantiu o Presidente angolano.
Frisando que a “imprensa nacional e estrangeira teve total liberdade de movimento, de acesso à informação e total liberdade de imprensa”, João Lourenço referiu que o “nível de organização, a presença massiva de observadores e a livre cobertura de eleições pelos media” fez com que a “comunidade internacional” caracterizasse estas eleições como “livres, justas e transparentes”.
Questionado sobre as queixas da UNITA no que diz respeito à contagem de votos, João Lourenço indicou que a oposição pode recorrer a “instituições adequadas para fazer a contestação”. “A lei prevê essas situações”, clarificou, acrescentando que o “Tribunal Constitucional nas suas vestes de Tribunal Eleitoral” será o responsável por averiguar as queixas da oposição.
João Lourenço rejeitou também que o MPLA tenha tido os “piores resultados de sempre” — e aproveitou para mandar uma farpa à UNITA: “Não tivemos os piores resultados. O que dirá a oposição que perde há cinco eleições?” Além disso, o chefe de Estado garantiu que o MPLA tem “legitimidade” para governar sozinho e descartou a formação de uma “geringonça” com outros partidos.
No discurso da vitória, João Lourenço assegurou ainda que o governo vai assumir “os seus compromissos políticos com coragem e responsabilidade”, não tendo “medo de romper com os poderes instalados e de fazer as mudanças necessárias”. E o chefe de Estado recém-eleito sinalizou que não vai desistir de “lutar por mais transparência e eficiência das instituições”.
Numa alusão aos mais novos, que terão votado maioritariamente na UNITA, João Lourenço disse ter ouvido e interpretado “os anseios do povo e da juventude, a quem prestará uma atenção particular”. “Este é o momento de abrir portas das oportunidades aos nossos jovens, de restaurar a prosperidade e de promover a paz”, concluiu.