Dentro de dias, chegará ao porto de Roterdão, nos Países Baixos, a primeira remessa de ET7 destinada aos mercados europeus. Vinda da China, a berlina eléctrica da Nio posiciona-se como uma alternativa a ter em conta no segmento E, o de modelos familiares ou executivos grandes (mais de 4,9 metros de comprimento).

Ligeiramente acima dos 5 metros de comprimento, o ET7 destina-se a fazer frente aos Mercedes, Audi, BMW desta bitola, concentrando-se especificamente nos veículos de luxo. Contudo, não serão apenas as marcas europeias premium a ter de lidar com a concorrência da jovem marca chinesa, fundada há menos de oito anos. Também a Tesla enfrentará este novo rival para o seu Model S. E a Nio, tal como a marca liderada por Elon Musk, tem surpreendido e inovado. Basta lembrar que teve como cartão de apresentação o EP9, eléctrico que em 2017 se impôs como o mais rápido no circuito de Nürburgring, estabelecendo de uma assentada um novo recorde, quer entre os modelos a bateria quer entre os animados por motor de combustão.

Olho neste chinês: Nio ET7 pode ser o maior adversário do Tesla

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Tal como planeado e anunciado, depois de ter recebido “luz verde” para comercializar os seus veículos na Europa, a marca chinesa deu seguimento à sua estratégia comercial, concentrando-se numa primeira fase em mercados seleccionados como Noruega, Alemanha, Suécia, Dinamarca e Países Baixos. O SUV de grande porte ES8, um rival do Tesla Model X, foi o primeiro a desembarcar no Velho Continente, onde desfez as dúvidas que pudessem existir no capítulo da segurança, ao ver o Euro NCAP atribuir-lhe a classificação máxima (cinco estrelas).

Agora, passado cerca de ano e meio da revelação oficial do ET7, é chegada a vez de esta berlina com uma série de argumentos muito interessantes se juntar ao ES8 e “animar” o movimento nas estações de troca de baterias da marca, reduzindo a minutos a operação de voltar a ter o acumulador recarregado. Este é um trunfo de que a Nio não quer abrir mão, para se demarcar da concorrência que não tem sequer prevista uma rede de estações deste tipo. A realidade é que a esmagadora maioria dos construtores se concentra apenas numa rede de postos de carregamento e nem todas as marcas o fazem com dinamismo e grandes investimentos.

Não se sabe que versões do ET7 estão em trânsito, mas o mais provável é que a marca esteja determinada a causar uma boa impressão, esgrimindo os seus maiores trunfos. E a autonomia é um deles. Há três opções de bateria, designadamente com 70, 100 e 150 kWh de capacidade, a que correspondem mais de 500 km, mais de 700 km e mais de 1000 km, respectivamente. Mas estes são valores obtidos em NEDC, pelo que se pode estimar que corresponderão a quase 400, 530 e 750 km em WLTP. Contudo, o acumulador mais generoso só estará disponível no final deste ano. Certo é que, para já, a Nio conseguiu estabelecer o segundo melhor coeficiente de penetração aerodinâmica do mercado, para um modelo de produção em série, com tudo o que isso contribui para incrementar a eficiência energética e, como tal, ir mais longe com a mesma capacidade de bateria. Inicialmente, a marca apontou aos 0,23, mas conseguiu chegar a um Cx de somente 0,208, o que a deixa à frente do Lucid Air (0,21) e do Mercedes EQS 580 4MATIC (0,029), empatada com o Tesla Model S e apenas atrás do EQS 450+ (0,200).

A versão mais potente monta dois motores eléctricos, à frente com 180 kW e atrás com 300 kW, para entregar uma potência combinada de 480 kW (653 cv) e 850 Nm de binário. Anuncia 0-100 km/h em 3,9 segundos e 33,5 metros de 100-0 km/h, com os travões Brembo de série.

Os preços, nos diferentes mercados europeus, ainda não foram comunicados. Sabe-se, isso sim, é que a Nio pretende estar presente em 25 países em 2025 e que o ET5, uma espécie de ET7 em versão mais compacta, vai chegar ao Velho Continente já no próximo ano.

Veja abaixo as diferentes condições em que foi testado o ET7 que está a caminho da Europa: