Afinal, a economia portuguesa não contraiu 0,2% no segundo trimestre do ano, em cadeia, como inicialmente previsto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo os dados mais recentes do instituto, revelados esta quarta-feira, a economia estabilizou de abril a junho face ao trimestre anterior. Já em termos homólogos, o INE reviu em alta a estimativa: a economia cresceu 7,1% no trimestre face a igual período de 2021 e não 6,9%.
Em relação à variação homóloga de 7,1%, o INE justifica, em parte, com um efeito de base, uma vez que no início de 2021 estiveram em vigor medidas de combate à pandemia que condicionaram a atividade económica. Mas o contributo da procura interna no Produto Interno Bruto (PIB) recuou, passando de 10 pontos percentuais para 3,7 pontos percentuais, devido um “crescimento menos acentuado do consumo privado e do investimento“.
Já o turismo puxou ligeiramente pelo PIB. “O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB aumentou para 3,5 p.p. (1,7 p.p. no trimestre anterior), em resultado da aceleração mais acentuada das Exportações de Bens e Serviços que a das Importações de Bens e Serviços”, explica o INE. Os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional “aumentaram significativamente, tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda menos intensa dos termos de troca que no trimestre anterior”.
Já em cadeia, “o PIB registou uma taxa nula em volume, após um crescimento em cadeia de 2,5% no trimestre anterior”. O contributo da procura interna diminuiu, e ficou abaixo do registado no primeiro trimestre, mas o turismo ajudou: “o contributo positivo da procura externa líquida aumentou, passando de 0,4 p.p. para 1,1 p.p., refletindo o crescimento em cadeia mais acentuado das exportações de bens e serviços que o da importações de bens e serviços”.
No primeiro trimestre do ano, a economia tinha crescido 11,8% face a período homólogo e 2,5% em cadeia, face ao quarto trimestre de 2021. Para este ano, o Governo projeta um crescimento de 4,9%, enquanto o Conselho das Finanças Públicas aponta para 4,8%, a OCDE para 5,4%, o FMI para 5,8%, o Banco de Portugal para 6,3% e a Comissão Europeia para 6,5%.