Luís Marques Mendes garante que o Governo vai travar o crescimento anormal das rendas na Habitação. O antigo líder social-democrata assegura que a “decisão está tomada”, vai ser apresentada na segunda-feira e pode passar por uma de duas soluções: ou pela imposição de um teto máximo para aumento de 2% ou pela criação de um mecanismo de compensação para os inquilinos.

No seu habitual espaço de comentário, na SIC, antecipou aquele que considera ser o cenário mais “provável”: Acho que o Governo vai ser igual à adotada em Espanha: um teto máximo de 2% para o aumento das rendas”, sugeriu.

O comentador garantiu ainda que o Executivo socialista vai avançar com um aumento extraordinário de pensões (o segundo este ano) que vai abranger, desta vez, todos os pensionistas. De acordo com Marques Mendes, existirão ainda reduções fiscais, designadamente nos impostos sobre a energia.

O social-democrata falou também de outro aspeto que já foi sendo avançado pela comunicação social: “O programa de apoio às empresas ficará para mais tarde” e precisa de luz verde de Bruxelas. “Por causa do Conselho Europeu e por causa da negociação com Bruxelas: amanhã mesmo haverá uma reunião do Ministério da Economia com a Comissão Europeia para adaptar as medidas de apoio às empresa às condições específicas das empresas portuguesas, e obter aval de Bruxelas”, explicou Mendes.

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“Processo de substituição de Temido é surreal”

O antigo presidente do PSD falou também sobre a saída da ministra da Saúde, apontando baterias, sobretudo, ao primeiro-ministro. “Há um facto novo na política nacional: a perda de popularidade de António Costa. Até há pouco, os portugueses culpavam sobretudo os Ministros pelas falhas governativas. Agora passaram a culpar também o primeiro-ministro. E a Saúde é o caso mais sério”, disse.

“O processo da substituição é surreal. Ninguém percebe”, continuou Marques Mendes. “Se era tão urgente a saída, ao ponto de a demissão ser anunciada numa madrugada, por que é que a substituição leva duas ou três semanas? Segundo, por que é que não se deixa para o novo Ministro a criação da nova Comissão Executiva do SNS? O normal é uma decisão de fundo ser tomada por quem entra e não por quem sai.”

Numa altura em que se vão fazendo apostas sobre quem pode suceder a Temido, o comentador falou dos nomes mais fortes (Fernando Araújo, Manuel Pizarro ou Lacerda Sales), mas acrescentou outra hipótese: “Não é de estranhar que o primeiro-ministro faça uma escolha ‘fora da caixa’, provavelmente uma mulher. Tudo para manter a natureza de governo paritário. Um compromisso a que o primeiro-ministro é muito sensível”, sublinhou.

Críticas ao PCP e elogios ao PSD

Noutra frente, Marques Mendes acabou por falar também das recentes intervenções de Jerónimo de Sousa e de Luís Montenegro, na Festa do “Avante!” e na Universidade de Verão do PSD, respetivamente.

Começando pelos comunistas, o comentador não tem dúvidas: “A Festa do ‘Avante!’ mostrou um PCP à defesa. Pela primeira vez na história da Festa do ‘Avante!’, o líder nem sequer fez intervenção de abertura. Um sinal de fragilidade”, disse.

“Percebem-se bem as razões da fragilidade: 2022 é um ano horribilis para o PCP. Primeiro, o desastre das eleições antecipadas; depois, o descalabro das posições que tomou em relação à Guerra na Ucrânia. O PCP é hoje um partido em perda e com um futuro sombrio.”

“Se o PCP é um partido em perda”, continuou Marques Mendes, “o PSD está em recuperação, ainda que ligeira”. “Luís Montenegro teve o mérito de apresentar, por antecipação ao Governo, um programa de emergência social, concreto e quantificado. Isto não é normal num partido da oposição. Mas é bom para a democracia. A oposição não pode limitar-se a fazer críticas”, rematou Marques Mendes.

Nova campanha de vacinação começa a 7 de setembro

Marques Mendes revelou ainda as novas etapas de vacinação contra a Covid-19 com “uma grande novidade”: “Esta campanha será realizada com novas vacinas, adaptadas para fazer face à variante Omicron, e já não com as antigas”

De acordo com o comentador, “não será vacinada toda a população, mas apenas os grupos sociais mais vulneráveis”, em particular pessoas com mais de 60 anos e com comorbilidades, e a campanha será conduzida em conjunto com a vacinação contra a gripe, para pessoas com mais 65.

O agendamento será feito através de SMS ou de contactos telefónicos e começará já na próxima semana: pessoas com 80 ou mais anos (7 de setembro, durante quatro semanas); pessoas com 70 ou mais anos (7 de outubro, 5 semanas); pessoas com 60 ou mais anos (12 de novembro a 17 de dezembro); pessoas com comorbilidades (a partir de 7 de setembro); e profissionais de saúde e outros profissionais).