Um alto responsável pela ocupação russa de Berdiansk, uma cidade portuária do sudeste da Ucrânia, morreu esta terça-feira após a explosão do seu carro armadilhada, anunciaram as autoridades locais instaladas por Moscovo.

O comandante de Berdiansk, Artiom Bardine, “que ficou gravemente ferido na explosão da sua viatura, morreu no hospital”, indicou a administração local pró-russa num comunicado divulgado na plataforma digital Telegram.

Horas antes, Bardine, chefe da administração instalada pelos russos em Berdiansk, tinha sido transportado para o hospital em estado grave, depois de ter sofrido ferimentos quando uma bomba deflagrou no seu veículo. 

As autoridades locais acusaram “terroristas ucranianos” de estarem por detrás deste ataque, que visa, na sua opinião, “intimidar” os responsáveis ucranianos que se colocaram do lado dos russos. No entanto, a Ucrânia ainda não reivindicou a autoria do ataque.

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Vários responsáveis da ocupação russa foram mortos ou feridos em ataques desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, por tropas enviadas por Moscovo. Kiev não reconhece oficialmente qualquer responsabilidade em tais ataques.

A 29 de agosto, um antigo deputado ucraniano, Alexei Kovalev, que se passou para o lado das forças russas, foi morto a tido na região meridional de Kherson, onde o exército ucraniano realiza uma contraofensiva.

O exército ucraniano, fortalecido por abastecimentos militares ocidentais, reivindicou os primeiros ganhos territoriais nesta zona da Ucrânia.

Por causa dos combates, as autoridades ocupantes deram na segunda-feira a entender que pretendiam adiar um referendo anunciado para o outono e que deveria permitir que a Rússia anexasse aquela região.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que entrou esta terça-feira no seu 195.º dia, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.