Um balde de água fria. Não existe outra forma de explicar a visita do FC Porto ao Atl. Madrid, esta quarta-feira, em que os dragões sofreram um golo no início dos descontos, empataram de penálti nesses mesmos descontos e concederam a derrota ao 11.º minuto desses descontos. No fim, a equipa de Sérgio Conceição entrou na Liga dos Campeões a perder, precisando agora de recuperar terreno nas próximas jornadas.

Num dia de loucos, bastou a Griezmann ter cabeça (a crónica do Atl. Madrid-FC Porto)

Esta foi já a sexta vez que o FC Porto começou a Champions com uma derrota, sendo que nas últimas três em que aconteceu os dragões conseguiram o apuramento para os oitavos de final. O conjunto de Conceição já leva seis jogos consecutivos sem vencer fora de portas para as competições europeias e somou a quinta partida seguida sem derrotar o Atl. Madrid — ou seja, não vence os colchoneros desde que Diego Simeone é o treinador.

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Na zona de entrevistas rápidas, Pepe foi o natural representante da equipa. “É difícil. Disse ontem que tínhamos de ter paciência, que o Atl. Madrid fechava-se muito. A equipa esteve muito bem na primeira parte, sempre a controlar as transições do Atl. Madrid. O primeiro remate deles à baliza na segunda parte já foi tarde. Procurámos fechar o meio, eles puseram muita gente a jogar entre linhas. Sofremos um golo difícil de aceitar, com muita gente atrás da linha da bola. Nunca desistimos, conseguimos empatar e, quando tinha acabado o tempo, sofremos um golo. É muito difícil digerir este resultado, não merecíamos”, disse o internacional português.

“Mesmo a acabar a primeira parte tivemos uma oportunidade, com o Taremi. O mister pediu para nos mantermos sempre concentrados. Tentámos fazer o que ele pediu. É um pouco mais de coração que respeitar e, quando não se cumpre, pagamos muito caro. Foi uma pequena falta de concentração numa bola parada. O que senti em campo é que a nossa equipa esteve muito bem mesmo, um bloco coeso a defender e a atacar, um bloco maduro. Sabíamos aquilo que estávamos a fazer. Depois descontrolámo-nos um pouco, não podíamos sofrer aqueles golos nos últimos minutos. Temos de tirar ilações desta parte final para que no futuro não aconteça”, acrescentou Pepe, que nos últimos dois encontros fez dupla com David Carmo, central contratado ao Sp. Braga por 20 milhões de euros.

Já Sérgio Conceição, também na flash interview, defendeu que o FC Porto “merecia sair com a vitória”. “Já o empate era mau. Acabamos por perder com um remate à nossa baliza aos 42′, o primeiro. Já depois da expulsão houve esse remate, depois o golo de forma estranha, com bola prensada. Fomos atrás do empate, que era merecido. Pela dinâmica e pela forma como bloqueámos o Atl. Madrid, o público a assobiar a equipa e senti o Diego [Simeone] sem grandes soluções. Fizemos o golo e o árbitro disse que ia dar mais um minuto. Depois marcaram aos 100′ ou 101′. Devia ter acabado antes de marcarem o canto. O peso que temos na Europa… Acabamos por ser pequeninos em relação a outras potências. Já eram descontos dos descontos. Disse que ia dar mais um minuto, não percebo o critério. Tinham-me dito que o tempo tinha acabado, 30 segundos antes. No peso das decisões, apesar de sermos a terceira equipa com mais presença nesta competição, sentimos que é diferente. Podíamos começar com uma vitória, temos mais cinco jogos para ganhar”, atirou o treinador, revelando depois o que já sabe sobre o estado de Otávio, que saiu de maca após um choque com Mario Hermoso.

“Ainda não sabemos o estado clínico do Otávio. É um jogador preponderante na nossa dinâmica de jogo. Não é que entrem mal os outros mas ele é experiente, com arcaboiço nesta competição, é diferente. Tudo o que era para correr mal, correu mal. Não gosto de falar em sorte, porque isso vem do trabalho. Talvez seja o jogo em que pesou mais o fator sorte de todos os que fiz nesta competição”, concluiu Sérgio Conceição.