Toño Piñeiro, um trabalhador de construção de Valência, sempre sonhou em regressar à terra natal quando se reformasse. Esse dia ainda não chegou e por agora contenta-se em remodelar durante as férias a casa que comprou, há quase uma década, na vila abandonada A Pousada, no município de Sober. No interior, esperava-o uma surpresa: nove milhões de pesetas escondidas, o equivalente a cerca de 54 mil euros.
A descoberta não foi feita de uma vez. Segundo o El País, desde o início da remodelação da casa, abandonada há quase quatro décadas, Piñeiro foi encontrando o dinheiro por puro acaso, guardado num esconderijo improvável: seis frascos de Nesquik espalhadas por várias divisões. As primeiras notas serviram, depois de trocadas por euros no Banco de Espanha, para pagar o arranjo do teto.
Este verão, Piñeiro voltou a encontrar mais dois frascos de Nesquik e, no seu interior, quatro milhões de pesetas, cerca de 24 mil euros. São notas de cinco mil pesetas de 1979, as mais caras que encontrou até agora. No entanto, já não as pode trocar. Desde 30 de junho de 2021 que o Banco de Espanha deixou de trocar as últimas pesetas.
A sua única opção é tentar a sorte no mercado de colecionadores, mas, como disse ao El Progreso, não sabe se vai encontrar compradores. “Não sei se vão ter muita saída para os colecionadores porque não são muito velhas”, explicou.
Piñeiro não foi o único que se viu impossibilitado de trocar o dinheiro. O El País refere que, segundo a última atualização do banco nacional, os espanhóis ficaram com pesetas no valor de 1.575 milhões de euros.