O Presidente da República está a acompanhar o estado de saúde do militar internado em Lisboa, divulgou este domingo o Palácio de Belém numa nota em que adianta que aquele formando dos Comandos já foi sujeito a um transplante.

“O Presidente da República tem acompanhado, através do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o estado de saúde do militar dos Comandos internado no Hospital de Curry Cabral. Regista o facto, importante, da realização do transplante nesta madrugada, e formula renovados votos de melhoras”, divulgou a Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou mais tarde, à margem de uma visita à Feira do Livro em Lisboa, que “tenciona visitar nos próximos dias” o militar hospitalizado. Sobre o que pode ter estado na origem dos problemas de saúde, Marcelo diz que se pode “estar perante uma situação diferente” daquela que causou a morte a dois formandos dos Comandos em 2016.

“Pode ser que haja aqui realidades diferentes. Uma paragem cardíaca durante a refeição é diferente de num exercício. Tudo o que for apurado será dado aos portugueses”, afirmou Marcelo numa altura em que decorre um Processo de Averiguações e uma Inspeção Técnica Extraordinária ao que aconteceu durante a formação e o curso foi suspenso por determinação do Exército.

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A nota foi publicada no sítio oficial da internet da Presidência depois de no sábado o Estado-Maior do Exército ter ordenado a interrupção do 138.º Curso de Comandos até ao apuramento do processo de averiguações aquela formação, na qual dois militares foram hospitalizados, um teve de ser sujeito a um transplante hepático.

“Por determinação do General Chefe do Estado-Maior do Exército, encontram-se interrompidas as atividades do 138.º Curso de Comandos, até se apurarem, com brevidade mas com a máxima precisão, as conclusões do Processo Averiguações e da Inspeção Técnica Extraordinária aquela ação de formação militar”, divulgou o Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército.

O militar que se encontra internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Curry Cabral, “mantém-se numa situação estável, mas com assumida insuficiência hepática”, pelo que “foi tomada a decisão médica de proceder a transplantação hepática, a ocorrer quando estiverem reunidas as condições técnicas e logísticas”, informava-se na mesma nota de sábado.

Na quinta-feira, o Exército anunciou que dois militares do 138.º Curso de Comandos tinham sido hospitalizados na quarta-feira depois de sofrerem paragens cardiorrespiratórias, divulgando igualmente que tinha sido aberto um processo de averiguações.

Segundo o Exército, durante a tarde de quarta-feira um militar que estava a frequentar este curso dos comandos “sentiu-se indisposto” durante uma “marcha corrida de cinco quilómetros”, no Regimento de Comandos da Serra da Carregueira, no distrito de Lisboa.

O militar foi “prontamente assistido” por dois socorristas e uma ambulância que acompanhavam aquela atividade e encaminhado para a Unidade de Saúde do Regimento de Comandos.

“Após avaliação, foi detetada alteração do estado de consciência, pelo que foram realizadas manobras de reanimação […], o INEM procedeu ao transporte do militar para o Hospital São Francisco Xavier, onde se encontra internado em Unidade de Cuidados Intensivos, mantendo-se em vigilância, sedado e ventilado, com um perfil hemodinâmico estável”, acrescenta a nota.

Mais tarde, pela hora do jantar, um outro militar sentiu-se indisposto e foi encaminhado para a unidade de saúde daquele regimento.

Depois de dar entrada na unidade de saúde para observação, “sofreu uma interrupção súbita das funções cardíaca e respiratória”, mas foi reanimado pela equipa médica no local.

No entanto, acabou por ser transportado para o Hospital Amadora-Sintra, “por necessidade de avaliação complementar”, encontrando-se em “observação” e com um “quadro clínico estável”.

Os restantes 44 instruendos do curso foram avaliados por uma equipa de saúde, o Exército anunciou a abertura de um processo de averiguações urgente, e, entretanto, foi “determinado o aligeiramento substancial da carga física, e se necessário a não realização de algumas sessões”.

Este ramo das Forças Armadas também optou pela “observação clínica permanente dos instruendos”.