Três vitórias com um empate em Turim pelo meio frente à Juventus, o aparecimento de Dybala também a marcar depois de um início onde dava sobretudo nas vistas pelas assistências, uma equipa sempre muito coesa a defender que sofrera apenas um golo de livre direto (Vlahovic). Adeptos e responsáveis não tinham propriamente os mesmos objetivos traçados no início de temporada da Roma, com os primeiros a terem o sonho maior do que nunca de discutirem o título e os segundos a saberem de forma pragmática que um lugar entre os quatro primeiros já seria um grande passo, mas os resultados iam aparecendo e o conjunto da capital respirava saúde apesar de todas as baixas de peso por lesão (Wijnaldum e Zaniolo primeiro, Tammy Abraham, Karsdorp e Zalewski depois). Depois, e apenas numa semana, tudo mudou.

Roma, de José Mourinho, sofre pesada goleada

Na deslocação a Udine, tudo o que podia correr mal, correu ainda pior. Começou num erro colossal de Karsdorp logo a abrir, teve pelo meio uma grande penalidade não assinalada e duas oportunidades que não foram concretizadas, terminou com um autêntico naufrágio até à goleada com culpas de Rui Patrício à mistura. Uns dias depois, as coisas não foram muito melhores com o Ludogorets: após um início sempre a dominar com chances de golo e bolas no poste, a formação búlgara inaugurou o marcador, Shomurodov ainda fez o empate a quatro minutos do final, os visitados voltaram a passar para a frente aos 88′ e nos descontos a sorte voltou a não estar com os transalpinos. Uma semana, duas derrotas consecutivas.

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“Parece que vai tudo contra nós…”: Roma soma segunda derrota seguida, Mourinho regressa a perder à Liga Europa

“Não fizemos um jogo fantástico mas pelo menos podíamos não perder. Este KO é um resultado mentiroso. Parece que nos últimos dias tudo tem corrido mal, mas pelo menos faltam cinco jornadas na Liga Europa. Ganhar primeiro é sempre importante… Golos sofridos? Não gosto de falar só da defesa, é toda a equipa que ataca ou defende. O segundo golo é consequência da emoção porque queríamos continuar a jogar a correr riscos para ganhar”, resumiu José Mourinho após o desaire com o Ludogorets. Agora, antes de novo compromisso europeu, a Roma jogava com o Empoli tentando aproveitar o arranque com muitas surpresas de Serie A para saltar para o quarto lugar a um ponto dos líderes Atalanta, AC Milan e Nápoles.

Foi isso mesmo que aconteceu num encontro que foi tudo menos fácil para a Roma mas que voltou a ter a sua grande estrela em destaque: Dybala. O argentino contratado esta época a custo zero depois de vários anos na Juventus nem sempre consegue ver a equipa andar ao seu ritmo, mas não se cansa de correr, de pedir bola, de trabalhar sem ela e de colocar em campo a magia que o torna um dos fatores diferenciadores na Serie A. Mais uma vez, saiu com a camisola completamente ensopada. Mais uma vez, decidiu a partida com um golo e uma assistência, sendo o jogador na última década com mais remates certeiros de fora da área. O caminho dos romanos até à coroa ainda vai ser longo mas com La Joya tudo é possível.

A partida teve um início bem mais mexido do que se esperava, sem espaço para grandes estudos mútuos e com tentativas de remates nas duas balizas. Ainda antes dos dez minutos, o génio de Paulo Dybala deixou o primeiro sinal, com um remate ao poste da baliza do Empoli (7′). O aviso estava feito mas o argentino foi continuando a ter o espaço que não pode e as consequências foram piores para a equipa da casa, com um grande remate de fora da área de pé esquerdo ao ângulo que inaugurou o marcador (17′). Até ao intervalo o Empoli teve uma hipótese flagrante num cabeceamento ao poste de Martín Satriano, a Roma podia também ter aumentado numa assistência de Spinazzola para Pellegrini (com a bola a passar também pelos pés de Dybala, como não poderia deixar de ser) que Vicario defendeu e o empate chegou mesmo nos últimos minutos, num desvio de cabeça de Bandinelli após livre aproveitando a passividade de Çelik (43′).

A segunda parte caiu de qualidade, com o Empoli a ter mais chegadas ao último terço mas sem criar muito perigo e a Roma a defender de forma mais consistente mas com uma saída sem critério, não se percebendo muitas vezes se fazia parte de uma estratégia para sair em transições ou se era mera incapacidade. Faltava mais agressividade no último terço e bastaram cinco minutos para ambas as formações mostrarem o que podiam fazer: Spinazzola teve uma recuperação à saída da área mas o passe foi cortado in extremis para canto (68′), Martín Satriano recebeu em boa posição mas atirou a rasar o poste da baliza de Rui Patrício (69′) e Tammy Abraham fez mesmo o 2-1, a encostar ao segundo poste mais um grande lance de Dybala na direita (71′). Até ao final, iria acontecer um pouco de tudo: Pellegrini falhou um penálti que bateu na trave, Akpa Akpro acertou no poste antes de ser expulso e a Roma segurou mesmo a vitória.