Era uma das deslocações mais complicadas, tornou-se uma viagem de autêntico pesadelo. Até jogar em Udine, a Roma levava dez pontos em quatro jogos na Serie A, tendo apenas consentido um golo e de livre direto no empate em Turim frente à Juventus; diante da Udinese, sofreu quatro, afundou-se em erros que não são normais na equipa (como o atraso mal medido de Karsdorp que valeu o 1-0 logo a abrir) e teve a pior exibição mesmo que nas palavras do técnico José Mourinho não tenha parecido – e isso também aconteceu pelo “discurso de choque” uma semana antes pela primeira parte com os bianconeri.

“O que vou dizer aos jogadores? É melhor perder uma vez por 4-0 do que quatro vezes por 1-0. Volto a dizer que não nos podemos queixar da arbitragem quando perdemos 4-0 mas este árbitro tem o perfil perfeito para a Udinese. Quando só se joga 20 minutos dos 45… É impossível jogar. Até os miúdos, que têm de aprender sobre fair play, foram perfeitos nisto. Às vezes, gostava de ter apanha-bolas destes em nossa casa, em Roma. Parabéns à Udinese, é um grande resultado para eles. Foram iguais a si próprios”, frisou após a goleada em Udine que terminou com mais elogios ao papel de Paulo Dybala na equipa.

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“Merecemos estar na Liga Europa, até porque nos qualificámos de duas formas: sexto lugar da Serie A e vencedores da Liga Conferência. Queremos ir longe nesta competição sem estar a estabelecer objetivos, se é ir à final, às meias… Agora o que queremos é passar a fase de grupos em primeiro. Existe algum espaço para erros agora mas a minha experiência diz-me que se começar bem, temos melhores condições para acabarmos bem. Vamos tentar impor o nosso jogo, sem poupanças. Vamos ver também no jogo frente ao Ludogorets como reagimos ao último jogo”, referiu ainda o português antes do jogo na Bulgária.

Durante uma hora, Mourinho viu em parte essa reação. Não que a Roma tivesse feito um grande jogo mas foi melhor, criou várias oportunidades, acertou uma vez no poste por Mancini na sequência de um canto de Pellegrini, teve mais bola, fez mais remates. Depois, aos poucos, o Ludogorets foi aparecendo, esticou um pouco mais o jogo, fez as ameaças iniciais à baliza de Svilar e colocou o encontro a jeito para 20 minutos de loucos que terminaram com triunfo dos búlgaros: Cauly inaugurou o marcador aproveitando um buraco enorme no centro da defesa transalpina (72′), Shomurodov fez o empate de cabeça após cruzamento da direita de Pellegrini (86′), Nonato voltou a colocar os búlgaros na frente com a Roma ia em busca da reviravolta (88′) e Dybala falhou a última oportunidade depois de um lance duvidoso na área.

“Não merecíamos perder este jogo. Não fizemos um jogo fantástico mas não merecíamos perder. Reagimos bem ao golo deles, empatámos mas logo a seguir eles voltaram a marcar. Nestes dois últimos jogos parece que vai tudo contra nós… Felizmente, há mais cinco jogos na Liga Europa. Foi pena perdemos o primeiro, ganhar o primeiro dá confiança. Agora teremos que vencer o próximo em casa. Defesa? O problema não é só da defesa, quem defende é toda a equipa”, resumiu no final do jogo o técnico português.