Foi histórico só por si: nunca o Sporting tinha vencido os dois primeiros jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões. O triunfo desta terça-feira em Alvalade deixou os leões com seis pontos em duas jornadas, na liderança do grupo e à frente do crónico favorito Tottenham, tornando possível e exequível um novo apuramento para os oitavos de final da competição.

Paulinho, a lâmpada de um génio chamado Rúben (a crónica do Sporting-Tottenham)

Mas há mais. Há quatro jogos consecutivos em casa contra equipas inglesas que o Sporting não conseguia ganhar — a última vez tinha sido já em 2012, nos oitavos de final da Liga Europa e contra o Manchester City, no dia do mítico calcanhar de Xandão. Já Arthur, que fez o segundo golo dos leões nos primeiros segundos em que vestiu a camisola do clube, igualou Simão Sabrosa como o jogador mais rápido a marcar na estreia pelo Sporting, sendo que o registo do antigo internacional português durava desde 1997.

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Paulinho, que entrou a 20 minutos do fim e abriu o marcador já em cima do período de descontos, estreou-se a marcar esta temporada e assinalou da melhor forma uma altura em que ainda está a recuperar ritmo depois da lesão que sofreu. “Perfeito é ganhar. Foi uma noite perfeita. Entrar, marcar e, acima de tudo, ganhar… É perfeito. Agora é recuperar, amanhã há treino e depois há jogo com o Boavista, temos de pensar já nisso. Respeitamos todos os adversários mas não temos medo. Temos seis pontos em seis possíveis e agora temos de ganhar o próximo, frente ao Marselha, que tem os mesmos pontos no Campeonato que o PSG”, atirou o avançado português na zona de entrevistas rápidas.

“Ainda não posso estar ao nível físico dos meus colegas mas estou a chegar lá. Acima de tudo, estou feliz pela vitória. Não jogo para dar resposta a ninguém, não controlo o que dizem. Controlo o que eu faço e é isso que vou continuar a fazer. Identificamo-nos com Amorim, ajuda-nos a crescer como jogadores e como equipa”, acrescentou Paulinho, que fez o quarto golo da carreira na Liga dos Campeões.

Pouco depois, também na flash interview, foi a vez de Rúben Amorim se mostrar satisfeito com o resultado obtido pela equipa. “Num jogo desta dimensão, o segundo da Champions, é uma espécie de confirmar que estamos preparados para estes momentos. Pela diferença de tempo na preparação, estes rapazes foram incríveis. Fico mesmo feliz. Há semanas, havia uma crise no futebol do Sporting e tudo estava errado. E isso pode voltar, as crises estão sempre à porta. Deram o que tinham e não são obrigados a mais. O jogo foi mais cedo e eles até se podem divertir um pouco”, começou por dizer o treinador leonino.

“Mais maturidade? Sim, não só dos jogadores como da equipa técnica. Como preparámos o jogo, como não saíamos a jogar na primeira parte e batíamos na frente. É maturidade de jogadores e treinadores, de perceber como está o jogo. Até dos adeptos, que apoiaram desde o primeiro minuto, não se notou ansiedade”, acrescentou Amorim, que ainda ressalvou que “nada está ganho” e que o apuramento para os oitavos de final ainda não está garantido. “No ano passado tínhamos duas derrotas e conseguimos passar”, lembrou.