O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, esta terça-feira, acreditar que a maioria dos russos apoia Vladimir Putin: “Apoiam o Presidente e isso pode ver-se pelas ações do povo, pela sua participação nas eleições”. “Isso é confirmado por dados estatísticos”, sustentou.
Sobre os “pontos de vistas críticos” — como aqueles expressos pelos 85 deputados municipais que assinaram a petição a pedir a demissão de Putin — Dmitry Peskov decidiu deixar um aviso.
Se “permanecer dentro da legislação vigente”, não há problema: “É pluralismo”. No entanto, o porta-voz avisou, citado pela agência RIA, que a “linha é ténue”. “Tem de se ter muito cuidado”, afirmou, aludindo à lei que prevê uma pena de 15 anos para que divulgue notícias falsas ou se manifeste contra a guerra na Ucrânia.
“A opinião pública é muito sensível ao que está a acontecer neste momento e é claro que reage muito emocionalmente”, justificou também Dmitry Peskov.
Os 85 deputados que assinaram a petição contra Putin acusam o Presidente russo de “alta traição”, devido à guerra na Ucrânia. Os signatários estão contra “o assassinato de ucranianos” e alegam que “a desmilitarização da Ucrânia é absurda”.
Petição que exige demissão do Presidente russo conta com 85 assinaturas
Uma deputada municipal que assinou a petição, Ksenia Torstrem, admitiu que não é fácil falar publicamente por causa da repressão das autoridades, razão pela qual criaram um “texto tão conciso”: “Os deputados ainda não estão proibidos de opinar. E também não é proibido falar da renúncia do Presidente Eu pessoalmente não entendo os motivos das ações de Vladimir Putin. Não se pode ficar no poder tanto tempo”.