Ramzan Kadyrov, líder checheno, voltou, esta quarta-feira, a criticar o rumo do que diz ser a “operação militar especial” na Ucrânia. Considerado um dos braços direitos de Vladimir Putin, o político considera que se deve “decretar a lei marcial” para “acabar com os espíritos malignos o mais rapidamente possível”.
Num vídeo publicado esta quarta-feira na sua conta do Telegram, o líder da Chechénia afirmou mesmo que, “se algum” governador “estiver interessado” em enviar tropas para a Ucrânia, deve fazê-lo, mesmo que a lei marcial não tenha sido decretada. “Devemos todos mobilizar. Todas as regiões devem dar as forças e os meios que têm. Ofereça-se tudo para apoiar os militares russos.”
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Adiantando que a Chechénia está pronta para enviar “nove mil voluntários” para continuar a guerra na Ucrânia, Ramzan Kadyrov garantiu que, mesmo que a Rússia saia do território ucraniano e seja derrotada, as tropas chechenas não o farão. “Eu disse a todos os meus comandantes que estão na Ucrânia que, se a operação militar especial acabar, a nossa guerra com esses demónios nunca acabará”, ameaçou.
“Devemos destruir [os ucranianos]”, disse o líder da Chechénia, que indicou que “se se começou uma guerra não é para ceder”. “Nós venceremos. Mesmo que morramos, estaremos no paraíso. Se vencermos, viveremos num paraíso, num paraíso terrestre.”
Na sequência da retirada de tropas de Kharkiv, o líder checheno admitiu que “foram cometidos erros” por parte das forças russas. Contudo, justificou que a Ucrânia recebeu mais armamento do Ocidente do que o esperado — e isso acabou por fazer a diferença no terreno.