O Presidente do Chipre saudou este sábado a decisão dos Estados Unidos de levantarem o embargo de armas àquele país do Mediterrâneo, na condição de Nicósia continuar a impedir a entrada de navios de guerra russos entrarem nos seus portos.
Washington impusera um embargo de armas a todo o Chipre em 1987, com vista a encorajar a reunificação da ilha, dividida desde que o exército turco invadiu o norte em 1974, em resposta a um golpe de Estado dos nacionalistas cipriotas gregos que queriam que a ilha ficasse ligada à Grécia.
Os EUA esperavam impedir uma corrida ao armamento e encorajar uma solução pacífica entre a maioria grega e a minoria turca. Na sexta-feira, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, levantou as restrições comerciais de defesa impostas a Chipre (país membro da União Europeia), disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
“Esta é uma decisão histórica, refletindo a crescente relação estratégica entre os dois países, inclusive na área da segurança”, disse o Presidente cipriota Nicos Anastasiades, na sua conta do Twitter.
Alguns críticos dizem que o embargo dos EUA tem sido contraproducente, dado que tem forçado Chipre a procurar outros parceiros, enquanto a Turquia, membro da NATO, mantém tropas no norte da ilha, controlada pela autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, reconhecida apenas por Ancara. Funcionários norte-americanos tinham manifestado preocupação de que o embargo aproximasse Chipre da Rússia, dado que Nicósia assinou um acordo com Moscovo em 2015, permitindo à marinha russa o acesso aos seus portos.
Em dezembro de 2019, o Congresso dos EUA tinha votado o levantamento do embargo de armas para permitir a exportação de equipamento militar “não letal”. Com o levantamento total do embargo, agora decidido, Chipre deve “continuar a sua cooperação” com Washington, incluindo “continuar a tomar as medidas necessárias para negar aos navios militares russos o acesso aos portos para reabastecimento e manutenção”, acrescentou Price.
A União Europeia fechou os portos europeus aos navios russos, como parte das sanções contra Moscovo pela sua invasão da Ucrânia.