Terá sido uma decisão ponderada praticamente até à véspera do grande dia, mas acabou por confirmar-se este domingo à noite: os pequenos George, de 9 anos, e Charlotte, de 7, segundo e terceiro na linha de sucessão ao trono, respetivamente, marcariam mesmo presença no funeral de Estado da bisavó — ausente ficou apenas Louis, de 4 anos, o filho mais novo dos príncipes de Gales, William e Kate Middleton.
O facto de os irmãos se juntarem à procissão que seguiu a urna de Isabel II pela nave da abadia de Westminster é visto como uma expressão de continuidade da monarquia britânica, algo que terá sido “cuidadosamente discutido em família”, segundo o The Telegraph, sugerindo ainda o jornal que para lá da leitura institucional as crianças terão manifestado vontade de participar neste momento.
Com um fato navy e gravata preta, George caminhou ao lado do seu pai, o agora herdeiro do trono depois da morte da soberana em 8 de setembro. Ao seu lado, a irmã, com um vestido escuro, chapéu e uma discreta mas simbólica pregadeira com uma espora, naquela que será uma referência a uma das predileções de Isabel II, os cavalos. A presença de Charlotte, nota o The Guardian, sublinha um dos muitos marcos no longo reinado da monarca, que em 2013 pôs fim a centenas de anos de primogenitura na monarquia britânica no que à sucessão diz respeito.
É pouco comum que bisnetos desempenhem um papel formal numa semelhante cerimónia de Estado, mais que não seja porque é rara a longevidade alcançada quer em vida quer pelo reinado da antiga soberana. De novo, é entendido como um sinal de estabilidade projetada para o Reino Unido e toda a Commonwealth. Terá sido essa a mensagem partilhada, aliás, pelos conselheiros séniores reais, citados pelo The Guardian, que terão defendido a presença das crianças enquanto espelho da “ordem de sucessão”.
Poucos dias antes do reino mergulhar num pesado luto, George e Charlotte começaram uma nova escola em Berkshire. Em conversa com alguns populares que passaram por Windsor para o último adeus à Rainha, William terá comentado que a família estava a “tentar que se mantivesse o sentido de continuidade na escola, mantendo as coisas o mais normais possível.” A aparição pública, que durou cerca de uma hora, entre cerca de 2 mil convidados e todo um aparato mediático, foi a primeira desde a notícia da morte de Isabel II, com os pequenos príncipes a não conterem as lágrimas em alguns momentos ao longo desta manhã.
Uma vez no interior da abadia de Westminster, os irmãos sentaram-se na primeira fila, acompanhados pelos pais, não estando no entanto prevista a sua participação no momento reservado à família real, já no Castelo de Windsor. Ainda em Londres, acompanharam a ovação da multidão que seguiu a viagem final da Rainha rumo à sua última morada.