O Banco Mundial anunciou que vai fornecer cerca de dois mil milhões de dólares em ajuda ao Paquistão, devastado por cheias que mataram mais de 1.600 pessoas este ano, a maior promessa de assistência até agora.
Este ano, chuvas de monção sem precedentes e inundações — que muitos especialistas atribuem às alterações climáticas — feriram também cerca de 13.000 pessoas no país, desde meados de junho.
As chuvas desalojaram milhões de pessoas e destruíram plantações, meio milhão de casas e milhares de quilómetros de estradas.
O vice-presidente do Banco Mundial para o sul da Ásia, Martin Raiser, anunciou o montante durante a noite, numa declaração, depois de concluir a primeira visita oficial ao país, no sábado.
“Estamos profundamente tristes pela perda de vidas e meios de subsistência, devido às cheias devastadoras e estamos a trabalhar com os governos provinciais e federais para fornecer apoio imediato àqueles que foram mais afetados”, disse.
Raiser encontrou-se com ministros federais e com o ministro chefe da província de Sindh, no sul, a região mais afetada, onde visitou o distrito de Dadu, gravemente atingido.
Milhares de acampamentos médicos improvisados para os sobreviventes das cheias foram instalados na província, onde a Autoridade Nacional para a Gestão de Desastres afirmou que surtos de febre tifoide, malária e dengue mataram pelo menos 300 pessoas.
O número de mortes levou a Organização Mundial da Saúde, na semana passada, a aumentar o alerta para “um segundo desastre”, com médicos no terreno a combaterem os surtos.
“Em resposta imediata, estamos a redirecionar fundos de projetos existentes, financiados pelo Banco Mundial, para apoiar necessidades urgentes na saúde, inundações, abrigo, reabilitação e transferências de dinheiro”, adiantou Raiser.
O Banco Mundial acordou na semana passada, num encontro com o primeiro-ministro Shahbaz Sharif, à margem da Assembleia-Geral da ONU, conceder 850 milhões de dólares (o mesmo valor em euros) em apoio face às cheias no Paquistão. Os dois mil milhões previstos incluem essa verba.
Raiser acrescentou que o banco está a trabalhar com as autoridades locais para iniciar o mais rapidamente possível a reparação de infraestruturas e habitações e “restaurar meios de subsistência”, bem como “ajudar a reforçar a resiliência do Paquistão aos riscos associados ao clima”.
“Estamos a prever um financiamento de cerca de dois mil milhões para esse fim”, declarou.
Nos últimos dois meses, o Paquistão enviou quase 10.000 médicos, enfermeiros e outro pessoal médico para assistir os sobreviventes na província de Sindh.