Vai ser já no decorrer do próximo ano, sem que a Peugeot tenha dado um horizonte temporal mais concreto, que a marca francesa vai reforçar os argumentos da variante eléctrica do 208. Quando foi lançada, no final de 2019, a versão a bateria do utilitário francês anunciava 340 km de autonomia, valor que foi incrementado no final de 2021 em 6,5%, passando para os 362 km com uma carga completa. Mas a Peugeot quer ir mais longe e, como tal, vai deitar mão à tecnologia eléctrica do e-308 para comercializar um e-208 mais potente, mais eficiente e com maior autonomia.
Sem quaisquer alterações de design, o e-208 que vai chegar aos concessionários no próximo ano passa confortavelmente a liderar o respectivo segmento, no que diz respeito ao alcance entre recargas, pois a marca fala em “até 400 km”. Com este número redondo, a Peugeot deixa para trás concorrentes de peso, como o Renault Zoe de 80 kW, que anuncia 390 km quando equipado com a bateria de 50 kWh. Para trás fica também o rival da casa, o Opel Corsa-e, pelo menos enquanto o modelo alemão não for alvo também do mesmo upgrade, o que é praticamente certo que irá acontecer. Porém, até lá, o “mano” alemão do Peugeot 208 vai continuar a ser comercializado com os mesmos 136 cv e os cerca de 360 km que o e-208 que ainda se encontra no mercado propõe.
Ao recorrer ao compêndio eléctrico que vai animar o e-308, o Peugeot a bateria mais pequeno vai ainda dar um salto em potência, ganhando 20 cv. E com 156 cv, um acréscimo de 15%, passa também a dar cartas neste domínio, ficando apenas atrás do Mini Cooper SE (184 cv), que é mais caro e fica muito aquém do Peugeot na autonomia, obrigando a paragens para recarregar ao fim de 233 quilómetros. Com este patamar de potência, o e-208 passa inclusivamente a superar o Honda e (154 cv), que percorre somente 222 km entre recargas.
Conforme adianta a Peugeot, o novo motor com 115 kW/156 cv (dos quais 15 kW/20 cv são suplementares) conjuga-se com uma bateria a 400 volts com uma nova química e um ligeiro incremento de capacidade. Sai o anterior acumulador de 50 kWh (46 kWh úteis) e entra um pack de células com 51 kWh (48,1 kWh utilizáveis). De resto, mantêm-se todas as modificações introduzidas no final do ano passado, dos pneus menos resistentes ao rolamento à nova bomba de calor, passando pela desmultiplicação da transmissão.
Ora, tudo isto concorre para que o pequeno utilitário da marca do leão passe a impor-se igualmente em matéria de eficiência. A autonomia “estica” não pelo reforço da capacidade da bateria, mas sobretudo porque o consumo energético baixa, passando dos anteriores 15,4 kWh/100 km para se fixar na casa dos 12 kWh/100 km. A homologação em WLTP ainda está em curso, mas tudo indica que o e-208 vai passar a ser o rei dos eléctricos, neste quesito, graças ao seu “apetite de passarinho”. Certo mesmo é que, até agora, nenhum rival anunciou um consumo tão baixo…