A resposta não podia ter sido melhor: depois de duas derrotas e um empate em quatro jogos, o FC Porto goleou o Sp. Braga em casa e subiu ao segundo lugar da Primeira Liga igualando os minhotos, exibindo-se de fato de gala para uma prestação positiva, esforçada e, essencialmente, motivadora.

O mote está dado: é um por todos e todos por Taremi (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Os dragões impuseram a primeira derrota da temporada ao Sp. Braga e marcaram quatro golos aos minhotos, algo que não acontecia desde 2009/10. Adicionalmente, chegaram aos 20 golos na Liga em 2022/23, o melhor registo da última década ao fim de oito jornadas, alcançando os 36 jogos consecutivos sem perder no Dragão. Na flash interview, Sérgio Conceição destacou a “coesão” da equipa.

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“Entrámos muito bem no jogo. Estes jogadores são os mesmos que foram criticados nas últimas semanas. Que não jogaram tão bem, é verdade… Mas quando jogamos como equipa, quando percebemos a estratégia em função das características dos jogadores, com a bravura e a qualidade que têm, as coisas ficam mais fáceis. Devo dizer que defrontámos um adversário fortíssimo, que estava imbatível na Liga, com jogadores que jogam juntos há alguns anos, com qualidade individual e coletivo. Isso só vem dar mais brilho à nossa exibição e vitória. Mas é um jogo, são três pontos e continuamos com o nosso objetivo bem definido. Quando jogamos em equipa, quando há esta coesão a todos os níveis, é difícil defrontar e ganhar ao FC Porto”, atirou o treinador.

Mais à frente, Sérgio Conceição explicou algumas das alterações táticas que foi realizando ao longo da partida. “Tínhamos de perceber como o Sp. Braga se apresenta na dinâmica ofensiva. Foi muito importante o trabalho do Bruno Costa como terceiro médio, no que era um corredor esquerdo forte do Sp. Braga. Tínhamos de preparar bem em função de um ou outro ponto do Sp. Braga. Tínhamos de ser compactos, não permitir espaços entrelinhas ao Iuri e ao Horta, que são fortes aí. Era preciso sermos compactos, coesos, anular uma outra peça, que era a ligação ao Al Musrati. Dentro desse estudo correu tudo muito bem. Houve jogadores que não foram tão exuberantes, que não marcaram, mas estiveram excelentes no trabalho”, completou o técnico dos dragões.

Também Taremi, que não marcou mas esteve presente em três dos quatro golos do FC Porto, passou pela zona de entrevistas rápidas. O avançado esteve ligado à solidariedade demonstrada pela seleção do Irão face aos protestos que se vivem no país, manifestamente ligados aos direitos das mulheres, e voltou a mencionar o assunto após a partida. “Estou feliz pelo lado do FC Porto, vencemos. Mas, pelo que está a acontecer no Irão, não podia festejar os golos. Não podia por respeito ao meu povo. Estou cá por causa deles também. Tivemos as melhores ocasiões e realizámos um bom trabalho. Felizmente conseguimos a vitória. É sempre extraordinário jogar no Dragão, os nossos adeptos são fantásticos. São a nossa motivação”, explicou Taremi.

“Se eles são muçulmanos, que Deus me faça infiel.” Seleção iraniana mostra solidariedade com os protestos no país