O fim de semana era de decisões nas pistas, o fim de semana tornou-se um palco para pedidos de decisões. Como se não bastasse tudo o que estava em causa no Grande Prémio de Singapura, onde Max Verstappen pode tornar-se o segundo campeão mais precoce de sempre numa conjugação de resultados que teria de envolver uma posição fora do pódio do companheiro Sergio Pérez e um lugar fora do top 8 de Charles Leclerc além do triunfo do neerlandês, os ânimos aqueceram e muito fora do circuito de Marina Bay – e nada teve a ver com o que se passou com o carro de Pierre Gasly nas boxes da Alpha Tauri, que do nada começou a acender uma inesperada chama sem que se percebesse ao certo o que se tinha passado.
“Do meu ponto de vista, não estou a pensar muito na questão do título mas lamento pelos adeptos. Para todos, mas também para nós depois do ano passado, com o título a ir até à última. Nunca é bom quando uma temporada acaba tão cedo, mesmo quando eu o consegui, como no México. Individualmente, na tua perspetiva, é fantástico, mas para o desporto não é espectacular. Sinto-me grato por ter tido um ano como 2008, com luta até aos últimos segundos ou, claro, no ano passado, que foi praticamente o mesmo. Vamos esperar que no futuro seja um pouco melhor”, comentou Lewis Hamilton, antigo campeão mundial que relativizou também o facto de poder terminar o ano de 2022 sem conseguir ganhar nenhuma prova.
We get your drift, Lewis ????#SingaporeGP @MercedesAMGF1 pic.twitter.com/xlWhhAfDKa
— Formula 1 (@F1) September 30, 2022
“Balanço da época? Globalmente, não posso estar contente. Tem sido uma época de altos e baixos. Mas há coisas com as quais estou feliz, como a progressão. Fui capaz de dar a volta a um início bastante complicado, reencontrei-me com um carro que ainda não piloto de forma natural. Com isso sinto-me orgulhoso, mas o início de temporada foi difícil e, embora tenha conseguido ganhar ritmo, e até bons resultados, a cada duas ou três corridas aconteceu algo que não me permitiu dar continuidade. Consigo entender que depois das primeiras corridas o Charles [Leclerc] estava claramente um passo à frente, tanto na classificação como em termos de ritmo, mas melhorei muito a meio da temporada. Comecei a entrar na luta e foi um pouco frustante porque parecia que alguns não me queriam ali”, admitiu Carlos Sainz, numa entrevista ao jornal As onde deixou alguns recados internos para a Ferrari.
What the driver sees ???? What we see ????
Great save, @Carlossainz55! #SingaporeGP #F1 (???? IG/f1_gresty) pic.twitter.com/48OjTmFy9E
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No entanto, o grande enfoque acabou por ser uma notícia da Gazzetta dello Sport, que dava conta de que duas equipas tinham infringido o limite orçamental da última temporada: a Red Bull e a Aston Martin. Ou seja, e em termos práticos, o facto de a Red Bull ter gasto um valor pouco abaixo dos 5% do limite imposto pode levar a castigos ainda desconhecidos mas que podem passar por uma possível reprimenda pública pelo sucedido, dedução de pontos do Mundial de construtores e/ou de pilotos, exclusão de alguns eventos e ainda limitações de uso de túnel de vento e multas de avultado valor.
????Christian Horner. the Red Bull team principal, says his team may take legal action against Mercedes unless Toto Wolff withdraws the “hugely defamatory” allegations he made on Friday night suggesting Red Bull might have breached last year’s budget cap https://t.co/kOEjzPCzc2
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“Não sei de nada. As contas foram todas submetidas em março, é um longo processo que a FIA está a levar a cabo. Eles estão a seguir o processo e creio que na próxima semana será declarado o certificado. Acredito que as nossas contas estão abaixo do limite. Mas cabe à FIA, obviamente, seguir o protocolo”, disse Chris Horner, diretor da Red Bull. “A infração não afeta apenas 2021, mas também 2022 e 2023. São milhões de dólares que podem fazer a diferença entre ganhar ou perder. Estamos muito preocupados. Confio na FIA e no trabalho dos reguladores. O que acontecerá? Se alguém supera o limite e lhe é aplicada uma multa, então vou começar a fazê-lo também”, destacou Toto Wolff, diretor da Mercedes, entre outras declarações que levaram a que a Red Bull ponderasse colocar um processo ao responsável germânico.
Friday practice ✅
Check out what we learned in our first day back at Marina Bay! #SingaporeGP #F1
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Tudo temas que ainda darão muito que falar e que apimentaram ainda mais o fim de semana, que teve Lewis Hamilton a ser o mais rápido na primeira sessão de treinos livres com Max Verstappen por perto e a Ferrari a dominar na segunda sessão tendo Carlos Sainz como o mais rápido e o companheiro Charles Leclerc de seguida. George Russell, o terceiro melhor, confirmou também a subida da Mercedes (que ainda teve Hamilton em quinto), à frente de Verstappen e com os Alpine a deixaram também bons sinais. Esta manhã, final da tarde em Singapura, tudo podia mudar com o aparecimento da chuva que levou mesmo a que a terceira sessão de treinos livres acabasse por ser suspensa pouco depois do seu início.
???? RED LIGHT ????
FP3 has started but due to weather conditions the pit exit is currently closed
Live updates ⬇️#SingaporeGP #F1
— Formula 1 (@F1) October 1, 2022
A pista continuou molhada por altura da qualificação mas a secar (o que se percebia também nos tempos e nas opções de pneus) e as duas primeiras fases trouxeram uma grande surpresa na Q2: se no primeiro corte foi Daniel Ricciardo e Sebastian Ocon que ficaram com a “fava” a par de Valtteri Bottas, Alexander Albon e Latifi (com o francês a acusar problemas nos travões), de seguida foi George Russell que não foi além do 11.º lugar, partindo longe das decisões para o objetivo de voltar a chegar a um pódio. Em tudo o resto, era altura de decisões entre os melhores, com Hamilton a assumir a candidatura entre Red Bull e Ferrari.
Q2 CLASSIFICATION
Leclerc leads Hamilton and Verstappen in the second part of qualifying#SingaporeGP #F1 pic.twitter.com/2YpVRz7Buq
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A pista estava a ficar mais seca, os líder provisórios da Q3 iam mudando uns atrás dos outros. Tsunoda, Alonso, Leclerc, Hamilton, houve um pouco de tudo. A três minutos do final a situação começava a dar uma ideia de estabilização, com o Mercedes do britânico na frente dos dois Red Bull e dos dois Ferraris, que não passava de uma mera ilusão de ótica perante os melhores registos que iam sendo alcançados nos diferentes setores. O último minuto começava com Leclerc na frente de novo (e a sair depois para as boxes), Max Verstappen estava a esmagar todos os tempos do monegasco mas acabou por ser chamado às boxes antes de completar a volta. “Porquê? Porquê?”, gritava no rádio para a equipa, sendo que tudo aponta para que a razão tenha estado ligada ao combustível em falta. Assim, o neerlandês parte de oitavo, atrás de Leclerc, Pérez, Hamilton, Carlos Sainz, Fernando Alonso, Lando Norris e Pierre Gasly.
Q3 CLASSIFICATION
And breathe… what a qualifying session that was! ????#SingaporeGP #F1 pic.twitter.com/FBlPCQu2qY
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