A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou que o seu governo tenciona realizar um novo referendo à independência da região a 19 de outubro do próximo ano, caso o Supremo Tribunal decida a seu favor no processo que opõe o governo escocês ao executivo central de Londres e que ainda está a decorrer.

No discurso que fez no congresso do Partido Nacional Escocês (SNP), esta segunda-feira, Sturgeon defendeu a ideia de que a independência da Escócia é possível e exequível.

Temos tudo o que é preciso para ser um país independente bem-sucedido”, garantiu aos membros do seu partido. “A independência não é uma ideia que nunca foi testada. A independência é normal. Para países do tamanho da Escócia, ou até mais pequenos, a independência é um sucesso notável”.

Para reforçar esta ideia, Sturgeon anunciou que apresentará na próxima semana uma proposta económica para sustentar a Escócia em caso de independência. “A independência não é uma cura económica miraculosa”, concedeu. “Mas deixem esta mensagem soar: podemos fazer melhor do que isto, podemos fazer tão melhor”, disse, num discurso em que criticou fortemente a política económica proposta pelo governo central da primeira-ministra Liz Truss.

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Para avançar com um referendo, o governo escocês precisa primeiro de ganhar o processo judicial que está atualmente a decorrer. O Supremo Tribunal britânico deve anunciar uma decisão esta semana: pode ou não o governo central do Reino Unido impedir a realização de um novo referendo à independência?

A Escócia realizou um referendo sobre esse tema em 2014, com o ‘Não’ a vencer, com 55% dos votos. O SNP de Nicola Sturgeon, porém, acredita que o Brexit alterou a posição dos escoceses e que será agora possível obter uma maioria favorável à independência.

No discurso desta segunda-feira, Sturgeon reafirmou ainda a intenção da Escócia ser reintegrada na União Europeia, agora como país independente caso seja essa a vontade expressa no referendo.