(Artigo em atualização)
A Comissão Independente recolheu, desde 10 de janeiro, 424 testemunhos de abuso sexual por elementos do clero, oito dos quais vindos das comissões diocesanas (criadas antes da comissão que investiga os abusos sexuais na Igreja). “O número de vítimas será muito maior”, avisa o pedopsiaquitra Pedro Strecht, que lidera a comissão. A maior parte das situações encontra-se, porém, prescrita.
Neste momento já foram enviados 17 casos ao Ministério Público para investigar, mas poderão ser enviados mais 30 que estão neste momento em análise. Strecht diz que há vários padres visados e que, apesar de prescritos, ainda muitas vítimas procuram um pedido de perdão.
Os dados foram divulgados esta terça-feira numa conferência de imprensa na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a três meses de a comissão terminar o seu trabalho do qual deverá sair um relatório final.
A comissão, que foi criada pela Conferência Episcopal liderada por D. José Ornelas, irá apresentar o relatório final do seu trabalho a 31 de janeiro de 2023 na Fundação Calouste Gulbenkian.
O pedopsiquiatra Pedro Strecht afirma que a comissão não vai comentar as últimas notícias. Recorde-se que recentemente foram abertos dois inquéritos que visam o bispo D. José Ornelas por alegado encobrimento de crimes de abuso sexual por padres portugueses. No entanto, afirma, “até ao momento não sentiu qualquer limitação ou entrave à sua independência por qualquer elemento da hierarquia”.
Em junho, quando a comissão funcionava há seis meses, tinham sido já validadas 338 denúncias das 365 que ali chegaram por telefone, por e-mail ou através do preenchimento de um formulário. Mas os especialistas que compõem a comissão alertavam para que as vítimas pudessem ser muitas mais — rondando as 1500.
Comissão Independente tem já validadas 338 denúncias de abuso sexual na Igreja