Foi apenas um golo. Mas foi o primeiro na Premier League, o segundo da época e o 700.º ao serviço de clubes. O pontapé de Cristiano Ronaldo que bateu Pickford, valendo a vitória do Manchester United contra o Everton no fim de semana, foi bem mais do que apenas um golo. E deixou a ideia de que o momento poderia servir como ponto de viragem numa temporada que não está a ser nada mais do que cinzenta.

O capitão da Seleção Nacional foi saudado por todos — colegas, ex-colegas, treinadores, ex-treinadores, o próprio clube e os ex-clubes. E uma das reações mais tímidas, porém, foi mesmo a de Erik ten Hag. “É fenomenal. E o Cristiano sabe que não consegue fazer isto sem a equipa. Muitos jogadores não chegam aos 700 jogos, quanto mais 700 golos. Estou muito feliz por ele, dou-lhe os parabéns”, limitou-se a dizer o neerlandês, que na conferência de imprensa de antevisão à partida contra o Omonia recordou o início de época atribulado do avançado.

“700 golos por clubes, que número bonito que alcançámos juntos”: a festa de Ronaldo na semana do 20.º aniversário do primeiro golo

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“Quero apoiá-lo o mais possível. Nós temos certas expectativas relativamente àquilo que esperamos de cada jogador e de casa posição que ocupam em campo. Tendo em conta isso, quero retirar o melhor dele e isso agora vai sendo cada vez mais possível, porque está a ficar em melhor forma. E isso deixa-me feliz. No início era mesmo um caso de falta de forma física. O que prova, mais uma vez, que ninguém pode falhar a pré-época”, atirou Ten Hag.

Ora, esta quinta-feira, o Manchester United recebia o Omonia em Old Trafford e Cristiano Ronaldo era titular — tal como tem acontecido, aliás, em todos os jogos da Liga Europa. Bruno Fernandes e Diogo Dalot também estavam no onze inicial, assim como Casemiro, Fred, Antony e Rashford, e os ingleses podiam pressionar a Real Sociedad na liderança do grupo em cenário de vitória.

A primeira parte terminou sem golos mas teve um claro ascendente do Manchester United, que jogou quase por inteiro no meio-campo adversário e poderia ter inaugurado o marcador em diversas ocasiões. Ronaldo atirou à malha lateral ainda nos minutos iniciais (9′), Bruno Fernandes obrigou o guarda-redes Uzoho a uma defesa atenta (22′), Diogo Dalot rematou ligeiramente ao lado (25′) e a melhor oportunidade do primeiro tempo pertenceu mesmo a Casemiro, que assinou uma autêntica bomba de fora de área que esbarrou na trave da baliza adversária (33′).

Ainda assim, e apesar de o Manchester United ter estado claramente por cima, a verdade é que o Omonia conseguiu aliviar a pressão nos minutos que antecederam o intervalo e poderia mesmo ter inaugurado o marcador por intermédio de Souza (42′), que atirou ao lado depois de ter sido lançado em velocidade na esquerda. Ao intervalo, porém, estava tudo empatado a zeros.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a lógica manteve-se, com o Manchester United a dominar a partida e o guarda-redes Uzoho a segurar o empate, principalmente com uma dupla defesa que começou por evitar o golo de Antony e evitou depois o golo de Rashford (46′). O avançado inglês voltou a ficar perto de abrir o marcador à passagem da hora de jogo, atirando ao lado na cara de Uzoho (60′), e Erik ten Hag lançou Luke Shaw e Jadon Sancho no lugar Malacia e Antony pouco depois, apostando em Eriksen já a 20 minutos do fim.

A substituição decisiva, porém, surgiu já dentro dos derradeiros 10 minutos. McTominay rendeu Casemiro e acabou por ser o médio escocês a desbloquear o nulo que parecia não desaparecer, ao trabalhar bem na área para depois atirar rasteiro (90+3′). Com a vitória tirada a ferros contra o Omonia em Old Trafford, o Manchester United mantém-se no segundo lugar do Grupo E da Liga Europa e está agora a três pontos da Real Sociedad, que é líder depois de ter derrotado o Sheriff.