A gala da Bola de Ouro teve um momento em que o futebol foi deixado para segundo plano: o jogador brasileiro Raí, que subiu ao palco para entregar um prémio em nome do irmão, Sócrates, aproveitou o tempo mediático para apelar ao voto em Lula da Silva.

Com o “L” (símbolo de apoio ao antigo Presidente brasileiro) em riste, o ex-jogador brasileiro apontou para a imagem do irmão no ecrã gigante do Teatro de Châtelet, em Paris, lembrou que o Brasil está perante uma “decisão importante” — as eleições presidenciais que colocam frente a frente Lula da Silva e Jair Bolsonaro — e afirmou, sem deixar margem para dúvidas: “Saberíamos muito bem de que lado Sócrates estaria.”

O prémio em causa foi criado este ano e tem como objetivo homenagear jogadores que se envolvem em ações solidárias e projetos sociais. Sadio Mané, jogador do Bayern de Munique, foi o primeiro a recebê-lo por levar a cabo várias ações solidárias no Senegal, de onde é natural, tendo mesmo financiado a construção de um hospital na cidade onde vivia, Sédhiou.

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O nome de Sócrates foi escolhido para ser o rosto deste prémio pela importância que teve na “Democracia Corintiana” — um movimento que ficou na história do futebol brasileiro pela forma como um grupo de jogadores lutou pelo fim da ditadura militar no país, bem como pela forma revolucionária com que o clube passou a ser gerido, em que decisões do dia a dia (desde contratações de jogadores a regras internas) eram decididas em conjunto, com todos os membros do clube a terem o mesmo peso).

A gala onde a Bola quis equilibrar o Ouro: Benzema eleito melhor jogador de 2022 entre prémios para Real e Barcelona (e um para o City)