Um dos utilizadores do Twitter, não identificado, criou uma conta que se dedicava a seguir os movimentos do jato privado de Bernard Arnault, o dono da empresa Moët Hennessy Louis Vuitton (conhecida no mercado como Louis Vuitton). O objetivo era denunciar a pegada ecológica de cada movimento de um dos homens mais ricos do mundo, para tentar apelar à consciencialização do uso deste tipo de transportes privados.

O resultado? Praticamente nulo. Bernard Arnault fartou-se de ver os seus movimentos expostos pelas publicações no Twitter e vendeu o avião. Agora, sempre que precisar vai alugar aviões.

Nas publicações é possível seguir os movimentos do milionário, que tem residência em Paris, mas passa grande parte do tempo a viajar. No dia 25 de setembro, por exemplo, Arnault deslocou-se dentre Paris e Stavanger, no sul da Noruega. Em cada viagem (ida e volta) de 1h30h, o jato privado do milionário lançou para atmosfera o equivalente a 3,6 toneladas de dióxido de carbono, de acordo com a publicação no Twitter.

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Dois dias depois a viagem foi mais longa: entre Paris e Nova Iorque, para uma estadia de dois dias, já que a 29 de setembro voltou para Paris. Em cada viagem, segundo o mesmo utilizador do Twitter, o voo de seis horas emitiu mais de 29 toneladas de dióxido de carbono.

Numa das publicações feitas no mês de setembro, o utilizador ‘Laviondebernard’ citava uma publicação do ministro da Economia francês, Bruno Le Maire. Na publicação, o ministro agradecia à empresa de Bernard Arnault, Louis Vuitton, pelas “medidas concretas para reduzir o consumo de energia”. Na resposta, o utilizador ‘Laviondebernard’ questionava-se sobre “rir ou chorar”.

“‘A contenção de gastos energéticos e a luta contra as mudanças climáticas são assunto de todos’. Todos, exceto aqueles que têm um jato particular”, criticava o utilizador da rede social.

Farto da exposição, foi o próprio Arnault que confirmou num podcast da empresa Louis Vuitton que o jato tinha sido vendido. “De facto, com todas as histórias criadas o grupo tinha um avião e vendemos”, explica Bernard Arnault, confirmando que continua a viajar em aviões privados quando precisa.

“O resultado é que agora ninguém pode ver para onde vou porque alugo aviões quando preciso de um voo privado”, disse. Também o filho, Antoine Arnault, falou sobre o tema acrescentando argumentos sobre concorrência: “Não é bom que os nossos concorrentes possam saber onde estamos a qualquer momento. Além das ideias, pode dar pistas e indicações” sobre a estratégia da empresa.