A gigante tecnológica Microsoft tem planos para reduzir o número de trabalhadores, numa altura em que a incerteza económica continua a fazer com que as empresas do setor tentem reduzir custos.

A Axios e a Business Insider foram os primeiros a avançar a notícia destes planos da Microsoft para reduzir o total de trabalhadores. Esta é a segunda vez este ano em que há notícias do género na dona do Windows. Em julho, a empresa mencionava a vontade de reduzir em 1% o número de trabalhadores.

Esta terça-feira, de acordo com a informação avançada pela imprensa norte-americana, não haverá uma percentagem oficial sobre o número de postos de trabalho a eliminar. No entanto, uma fonte partilhou com a Axios que esta redução poderá ficar abaixo dos mil empregados. E, tal como foi noticiado em julho, esta redução deverá afetar várias geografias, níveis de experiência e equipas.

Já de acordo com o Wall Street Journal, a Microsoft não terá especificado se os cortes iniciados esta semana ainda estão relacionados com o anúncio de julho ou se se trata de uma nova “ronda” de despedimentos.

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Contactada pelo Observador para perceber se estes planos poderão ter reflexo na subsidiária portuguesa da empresa, fonte oficial da Microsoft Portugal remete para a declaração internacional feita pela porta-voz da companhia. “Como todas as empresas, avaliamos as nossas prioridades de negócio de uma forma regular e fazemos ajustes estruturais de acordo com isso. Vamos continuar a investir no nosso negócio e a contratar em áreas-chave no próximo ano.”

A declaração oficial é bastante semelhante ao comunicado partilhado em julho. Nesse mês, era explicado que tinha sido comunicado “a um pequeno número de colaboradores para cessarem as suas funções na empresa”. “Esta decisão foi o resultado de um realinhamento estratégico e, como todas as empresas, avaliamos regularmente o nosso negócio. Continuamos a investir em certas áreas e a aumentar o número de colaboradores no ano que se avizinha”.

A dona do Windows prepara-se para apresentar resultados trimestrais na próxima terça-feira, 25 de outubro, após o encerramento da sessão em Wall Street. Na anterior apresentação de resultados, Amy Hood, a diretora financeira da tecnológica, já tinha alertado para o facto de a empresa ir “abrandar o ritmo de contratações para focar-se em áreas-chave de crescimento”.

A incerteza económica, a subida das taxas de juro e as diferenças cambiais estão a afetar várias empresas do setor tecnológico. Além da Microsoft, também o Twitter, a Netflix ou a Uber têm comunicado ao mercado que estão a adaptar os planos de contratações aos fatores macroeconómicos mais incertos.