A Tesla revelou os resultados financeiros de Julho a Setembro, período em que atingiu o seu 12.º trimestre consecutivo de lucros. Com uma facturação recorde de 21,5 mil milhões de dólares, o que lhe permitiu distribuir 1,05 dólares por acção, o construtor norte-americano conseguiu mais uma boa prestação num contexto delicado, afectado por dificuldades nos fornecedores, duas fábricas a arrancar em simultâneo com problemas de juventude (na Alemanha e no Texas) e a maior das suas linhas de produção, na China, a sofrer com o confinamento decretado pelo Governo local, para atenuar a Covid-19.
Apesar destes resultados positivos, os analistas esperavam uma facturação de 22 a 23 mil milhões e uma distribuição entre 1 e 1,11 dólares por acção, com a Tesla a falhar na facturação mas não nos lucros, em virtude da introdução dos modelos mais caros, designadamente os Plaid nos Model S e Model X. A marca entregou 343.830 veículos no 3.º trimestre, valor que não só superou as expectativas como estabeleceu um novo recorde para o construtor.
Com a China já a laborar em pleno, Berlim a atingir 2000 carros por semana, para passado um mês saltar para as 5000, e a Gigafactory Texas a avançar no mesmo sentido, a Tesla espera um 4.º trimestre forte, mesmo com a guerra na Ucrânia. O mix de vendas deverá aumentar de valor unitário, uma vez que o Model Y continuará a ganhar vantagem face ao Model 3, mais barato, continuando a crescer a procura por modelos topo de gama, nomeadamente os Model S e X.
Com veículos fabricados na China e nos EUA destinados à Europa, a Tesla tinha cerca de 20.000 unidades em trânsito no fecho do trimestre, o que afectou negativamente os resultados, tanto em matéria de vendas como de facturação e lucros. Importante é a rentabilidade, com a Tesla a conseguir 27,9% de margem de lucro no trimestre sobre os veículos vendidos, um valor muito elevado para a indústria automóvel, como que a provar a validade desta solução tecnológica.