João Félix e Diego Simeone, Diego Simeone e João Félix, o Atl. Madrid pelo meio quase como uma figura secundária num duelo-não-duelo entre o jogador mais caro de sempre do clube e o treinador com mais anos de sempre do clube. As últimas semanas têm girado sobretudo em torno da condição de suplente do número 7 depois de um grande arranque de temporada, num cenário que se adensou desde o encontro no Wanda Metropolitano frente ao Club Brugge em que o avançado não chegou sequer a sair do banco.

“Ao falar sempre de João Félix estamos a centrar atenções nele e não fazemos o mesmo com o Griezmann, o Correa ou o Cunha… Todo esse debate gera uma discussão. João está a treinar melhor, com uma boa energia e mentalidade, e vai jogar de acordo com o trabalho que realizar nos treinos. Sim, estou a ficar satisfeito com as melhorias dele no treino, espero que tenha o mesmo empenho em jogo para jogar durante 20, 60 ou 101 minutos”, comentou o técnico argentino na antecâmara do encontro em Sevilha com o Betis.

“Se a questão tática é um problema para o João Félix? Em 4x3x3, é o que melhor conhece a posição de extremo esquerdo, juntamente com Carrasco. É onde gosta de jogar. Não tem nada a ver com a tática. Esperamos que todos os jogadores estejam bem porque precisamos de todos”, acrescentou Simeone.

À luz de toda esta novela, o peso dos resultados também conta. E o último jogo era exemplo paradigmático dos problemas do Atl. Madrid, que na receção ao Rayo Vallecano ficou em vantagem aos 20′, tentou gerir a vantagem atuando mais em transições e acabou por consentir o empate no final da partida. Nos últimos oito encontros, os colchoneros tinham conseguido apenas três vitórias e agora tinham pela frente um Betis que podia subir a terceiro em caso de triunfo. No entanto, o conjunto de Simeone voltou a mostrar que é um gato com sete vidas inspirado em Griezmann e que só vê as botas de João Félix nos instantes finais.

Depois de uma primeira parte onde a formação de Sevilha foi melhor, bastaram dois momentos de rasgo do avançado francês (com culpas para o guarda-redes português Rui Silva) para o Atl. Madrid ganhar uma vantagem que seria decisiva para o desfecho do encontro (54′ e 71′), apesar da reação do Betis que ainda reduziu de livre direto por Fekir (84′) e teve uma bola de cabeça na trave por Álex Moreno no primeiro minuto de descontos. Já João Félix entrou aos 76′ para o lugar de Antoine Griezmann, teve uma oportunidade flagrante aos 90+2′ travada por Rui Silva e voltou a sair num papel secundário com o triunfo do Atl. Madrid que colocou a equipa no terceiro lugar com 23 pontos, a dois do Barcelona e a oito do Real.

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