O telescópio espacial Hubble revelou imagens de uma teia de galáxias unidas que a Agência Espacial Europeia (ESA) comparou a “uma teia de aranha“. Este aglomerado, chamado Abell 611, continua a ser um mistério para os astrónomos. Neste dia das bruxas, o projeto da NASA e da ESA decidiu revelar fotografias deste segredo obscuro das profundezas misteriosas do universo.
Para os humanos no planeta Terra, a escala dos objetos espaciais é enorme, no entanto o conjunto de galáxias Abell 611, a aproximadamente 3,2 mil milhões de anos-luz, excede o tamanho do Sistema Solar. De acordo com a revista de tecnologia e ciência Inverse, a matéria que compõe o universo é complexa e em muitos detalhes difícil de provar ou esclarecer, pelo que esta teia galáctica não contém massa suficiente para se manter unida, o que continua a confundir os cientistas.
“O mistério que mantém esta teia de aranha cósmica de galáxias unida dentro da Abell 611 permanece sem solução”, escreveu a chefe de comunicações da ESA, Bethany Downer, citada pela mesma fonte.
Na imagem divulgada a 27 de outubro, existe algo invisível a olho humano, algo capaz de distorcer a luz e criar uma lente gravitacional que pode esticar a aparência de várias galáxias. Os astrónomos, atualmente, acreditam que 85% do universo é composto por uma substância conhecida como matéria escura.
Segundo o site científico Phys, ao analisar as imagens parece não existir massa suficiente em rápida rotação que consiga manter a teia fixa de forma a evitar que o aglomerado se desfaça. Este é um dos problemas teóricos dos estudiosos do espaço, em estruturas massivas, como grandes galáxias – estas simplesmente parece que não tem combinação de materiais suficientes e podem partir-se a qualquer momento.
Estas características não acontecem em escalas cósmicas menores. Tomando como exemplo a passagem dos planetas do Sistema Solar em redor do Sol é calculada com relativa facilidade através da medição das massas e localização dos astros. Não é necessária nenhuma massa extra para explicar a integridade do Sistema Solar, mas a mesma fonte questiona o porquê de esta teoria falhar em escalas maiores.
“O conjunto Abell 611 são laboratórios ideais para quantificar a matéria escura devido às abundantes lentes gravitacionais visíveis no conjunto”, disse Downer citada pela Inverse. Observe o filamento à esquerda do centro brilhante da imagem, que poderá ser a luz que reflete do exterior da Abell 611 e que está esticada pela gravidade da matéria escura invisível.
Os astrónomos vão recebendo várias dicas ao longo dos seus projetos e formam teorias sobre o comportamento deste componente físico. Deste modo, Downer explica que os astrónomos acreditam que o grau da curva que se faz acompanhar na imagem deve revelar a verdadeira quantidade de massa do sistema, o que os deixa completamente “loucos” pois a diferença entre a massa que é possível calcular e a massa que é possível observar-se “é impressionante“, como se de um segredo negro nas profundezas do universo se tratasse, mas sem dúvida um dos maiores mistérios da astrofísica moderna.
Falemos de teorias. Na cosmologia, a teoria estudada e predominante no Universo aponta que existem grandes quantidades deste tipo de matéria, e o seu nome sombrio “escura” ou “negra” refere-se apenas ao facto de as quantidades serem desconhecidas por não conseguirem interagir com a luz ou com outras matérias, ou seja, “uma matéria completamente desconhecida” e difícil de rotular.
Mas com os esforços científicos para descobrir mais a cerca desta substância, de acordo com o site Phys, a grande maioria dos elementos encontrados e possíveis componentes de matéria escura podem-se enquadrar em duas categorias: ou são alguma partícula que existe em grandes quantidades em todo o meio cósmico, mas que por algum motivo não consegue interagir com a luz; ou trata-se de um objetivo massivo que também existe em grande abundância mas não se consegue ainda detetar com a atual tecnologia dos telescópios.