“Faltam-me as coisas certas no momento certo, como tem acontecido várias vezes ao longo desta temporada. Temos sempre bastante potencial mas falta sempre qualquer coisa numa volta. Não tenho muito mais a dizer, apenas que estou de consciência tranquilo em relação a isso.”
Miguel Oliveira “desapontado” com 14.º lugar na qualificação para Valência
Miguel Oliveira chegou para o Grande Prémio da Comunidade Valenciana de sorrisos nos lábios, cheio de esperança e com aquela sensação de fim de ciclo que retira a pressão do resultado ainda que o mesmo seja mais desejado do que nunca. E o primeiro dia reforçou toda essa esperança, com um promissor oitavo lugar na primeira sessão de treinos livres com todos os tempos acima de 1.31 e uma ainda melhor sexta posição na segunda sessão que teve registos bem mais rápidos. Tudo fazia sentido até este sábado. Tudo começou a perder sentido este sábado. E enquanto a maioria das equipas subiu, o português estagnou.
O início da despedida da KTM: Miguel Oliveira arranca em 14.º em Valência e na última corrida do ano
Apesar de ter ficado a menos de uma décima do top 10 nos TL3, e com isso terminar na antecâmara de uma qualificação direta para a Q2, e ter sido o mais rápido na quarta sessão de treinos livres (ainda que com um tempo alto), a Q1 não correu da melhor forma, caindo para a 14.ª posição da grelha com os dois primeiros lugares de acesso a caírem para Maverick Viñales e Álex Rins. A despedida da KTM voltaria a ser aquilo que aconteceu muitas vezes ao longo da temporada, com o número 88 obrigado a ir de trás para a frente numa corrida onde sabia que Jorge Martín tinha condições para recuperar a desvantagem de dois pontos em relação ao nono lugar do Mundial e que não seria fácil ganhar dez pontos a Rins pelo oitavo.
????️ "When you do FP4 with some of the best race pace out there and then come up short in Q1 it is always frustrating but this season has been a bit like that. Anyway, I’m looking forward to the race and our last one tomorrow." @_moliveira88 pic.twitter.com/N7QM2eXFjE
— Red Bull KTM Factory Racing (@KTM_Racing) November 5, 2022
“Fiquei desapontado. Quando se faz um quarto treino livre com o melhor ritmo de corrida e depois se fica curto na qualificação é sempre frustrante mas esta temporada tem sido assim. Sim, estou ansioso por ser a última corrida da temporada. O arranque e as duas voltas iniciais serão determinantes para o resto mas é um pouco inútil sair com um grande ritmo desde o 14.º lugar. Consegui o ritmo no FP4 sozinho, sem ninguém à frente. Quando isso acontece, as coisas correm sempre bem. Com os cones de ar e o sobreaquecimento dos pneus, tenho sempre um pouco mais de dificuldade. Mas vou procurar maximizar os meus recursos para que possa terminar a corrida numa boa posição”, comentara Miguel Oliveira.
Obrigado, @_moliveira88.
7 seasons together. 120 race starts, including 17 race victories and 4 pole positions. It all comes down to this.
Time for one last tango together. Let's end on a high. ???? pic.twitter.com/mAQAkXlHSC
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Os protagonistas principais da corrida seriam de forma inevitável Pecco Bagnaia (líder do Mundial com 23 pontos a mais que iria sair do oitavo lugar) e Fabio Quartararo (que arrancava de quarto) mas havia várias histórias paralelas em Valência para seguir como a última corrida da Suzuki ou a derradeira prova de Jack Miller na Ducati e de Pol Espargaró na Honda antes do regresso à KTM. Em sentido contrário, Oliveira despedia-se do conjunto austríaco após uma longa ligação, seguindo para a RNF Aprilia. Era a corrida das decisões, das despedidas, das emoções, do risco ponderado com margem para arriscar tudo. E para o português de tudo um pouco, entre muitos sorrisos e fotografias antes do arranque da prova.
They ???? are ???? R E A D Y #TheDecider pic.twitter.com/rmQnYeTmO9
— MotoGP™???? (@MotoGP) November 6, 2022
Racing in front of a sold-out crowd ✅
What an incredible atmosphere at #TheDecider! ❤️ pic.twitter.com/N8FwckPd75
— MotoGP™???? (@MotoGP) November 6, 2022
Entre muitos cuidados na partida, Álex Rins saiu a ganhar assumindo a liderança da prova à frente de Jorge Martín com Marc Márquez em terceiro. Logo a seguir, Fabio Quartararo tinha atrás de si as duas Ducati de fábrica, com Jack Miller e Pecco Bagnaia. E ainda houve uma sensação de susto com o italiano no início da segunda volta, que viu sair uma pequena parte da asa numa altura de maior tráfego na pista, o que não evitou que mergulhasse por baixo de Quartararo e ficasse em quinto, à frente do francês. Já Miguel Oliveira, que no final da primeira volta era apenas 13.º, foi ganhando posições e subiu ao top 10.
INÍCIO DE CORRIDA EM VALÊNCIA! ????
Tudo em aberto na corrida do título! #sporttvportugal #MOTOGPnaSPORTTV #MotoGP #Motorcycle #Racing #Motosport #ValenciaGP #TheDecider pic.twitter.com/luI3RSIqPq
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O português tinha à sua frente Joan Mir, sendo que Luca Marini não parecia ter capacidade para colocar em causa a décima posição do número 88, cada vez mais próximo do companheiro de equipa Brad Binder. Lá na frente, criava-se um fosso entre os dois candidatos ao título e os quatro primeiros, com quase dois segundos entre grupos que foram sendo reduzidos sendo que Quartararo já tinha passado para a frente de Bagnaia. Um pouco mais atrás, Aleix Espargaró acabou por desistir, estendendo a passadeira a Enea Bastianini para subir a terceiro do Mundial mesmo ocupando nessa fase um modesto 12.º posto.
Major heartbreak for @AleixEspargaro ????
Not the way the Spaniard wanted to end the season ????#TheDecider pic.twitter.com/AXNBHZWB8c
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✅ @BradBinder_33 completes his move on @PeccoBagnaia
The #MotoGP championship leader is now down to P7 ????#TheDecider pic.twitter.com/QRaCefId3e
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Miguel Oliveira lutava com sucesso pela nona posição de Johann Zarco e ainda subiu mais um lugar para oitavo depois de Marc Márquez sair de pista quando estava no quarto posto. Já Brad Binder, aproveitando o risco zero de Bagnaia, assumiu o quinto lugar à frente do italiano que sabia que Quartararo estava longe de alcançar sequer o pódio em Valência. O italiano quase que assumia essa questão de perder lugares desde que o seu título não fosse colocado em causa, o que permitiu que Joan Mir passasse a Ducati e o português andasse colado com Luca Marini por perto. Oliveira passou na 17.ª volta e ficou em sétimo, sendo que Brad Binder já tinha ultrapassado na quarta posição Fabio Quartararo, há muito sem esperanças.
???? @marcmarquez93 crashes out at T8 ????@FabioQ20 hence moves up to P4 ⬆️ @PeccoBagnaia is 6th! #TheDecider pic.twitter.com/hxWfvU9tUw
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???? @JoanMirOfficial looks primed to attack @PeccoBagnaia! @FabioQ20 is closing in on @jackmilleraus ⚠️#TheDecider pic.twitter.com/nGk0SD67eL
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As decisões mais relevantes estavam fechadas, com Bagnaia campeão mesmo continuando a descer lugares, Enea Bastianini a segurar o terceiro lugar no Mundial rodando já à frente do compatriota e companheiro da Ducati e Brad Binder a subir às posições de pódio pouco antes de Jack Miller cair, desistir e permitir que Miguel Oliveira subisse a quinto, igualando o terceiro melhor resultado do ano apenas atrás das vitórias na Indonésia e na Tailândia. As KTM estavam a voar na parte final, com Binder a passar também Martín com a esperança de poder colocar ainda em causa a melhor despedida da Suzuki com Álex Rins.
This is the outcome of #TheDecider ????@Rins42 dominates at Valencia as P9 is enough for @peccobagnaia to clinch the title! ????#PerfectComb1nation ???? pic.twitter.com/R5QcOXyDYy
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We have a new #MotoGP World Champion! ????
Congratulations @PeccoBagnaia and @ducaticorse ????#PerfectComb1nation ???? pic.twitter.com/Xq0a9J4wUA
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Seeing red all over Valencia ????????????
One for Italy and Ducati: @PeccoBagnaia unlocks the #PerfectComb1nation ???? and his celebrations couldn't be any classier ????#ValenciaGP ???? pic.twitter.com/ltYLH7u0W4
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