O lucro da Corticeira Amorim aumentou 10,6% para 64,2 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano face ao mesmo período de 2021, divulgou a empresa em comunicado. No mesmo período, as vendas subiram 24,0% em termos homólogos, para 790,3 milhões de euros, refletindo um “impacto significativo” da consolidação, desde 1 de janeiro, das empresas do grupo SACI. Excluindo este efeito, as vendas teriam subido 10,3%.

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Segundo a corticeira, até setembro “todas as unidades de negócio registaram crescimentos de vendas, refletindo essencialmente a melhoria do ‘mix’ de produto, a subida de preços e os maiores níveis de atividade, ainda que os sinais de abrandamento sejam notórios face à evolução no primeiro semestre do ano”.

As vendas beneficiaram ainda, segundo a empresa, de um impacto cambial positivo . Excluindo esse efeito, as vendas teriam subido 21,9% nos primeiros nove meses de 2022.

No acumulado até setembro, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado subiu 18,9% em termos homólogos, atingindo os 131,2 milhões de euros.

De acordo com a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, “o aumento do preço de eletricidade, de algumas matérias-primas não cortiça, bem como dos custos com pessoal continuaram a pressionar os resultados operacionais, agravados neste trimestre por uma menor alavancagem operacional face aos dois trimestres anteriores”.

Assim, nos primeiros nove meses de 2022 o rácio EBITDA/vendas cifrou-se em 16,6%, abaixo dos 17,3% do período homólogo.

No final de setembro, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim totalizava 114 milhões de euros, um aumento de 65 milhões face ao final do ano de 2021 que “reflete as aquisições realizadas no período, nomeadamente a participação de 50% na SACI (49 milhões de euros), a participação de 50% na Cold River’s Homestead, detentora de uma parte da chamada Herdade do Rio Frio (15 milhões de euros) e o terreno de uma outra parte da Herdade do Rio Frio (22 milhões de euros)”.

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O valor da dívida inclui ainda “o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (45 milhões de euros), o aumento do investimento em ativo fixo (52 milhões de euros) e o pagamento de dividendos (27 milhões de euros)”.

Analisando o desempenho das várias unidades de negócio, a Corticeira Amorim detalha que, de janeiro a setembro, as vendas da unidade das Rolhas, que representa 73% das vendas consolidadas do grupo, aumentaram 28,2%, para 584,2 milhões de euros. Segundo explica, “para além das alterações do perímetro de consolidação, o crescimento das vendas [desta área] foi sobretudo impulsionado pela subida de preços e melhoria do ‘mix’ produto”. Em sentido contrário, os resultados operacionais foram “impactados negativamente pelo aumento do preço da eletricidade e dos custos com pessoal”, tendo o EBITDA totalizado 102,1 milhões de euros (+21,2% face ao período homólogo) e o rácio EBITDA/vendas sido de 17,5%.

“As vendas e o EBITDA das unidade de negócios Matérias-Primas e Rolhas totalizaram 593,7 milhões de euros (+28,4%) e 117,6 milhões de euros (+20,4%), com um rácio EBITDA/vendas de 19,8%”, precisa a Corticeira.

Já a área de Revestimentos aumentou as vendas em 14,2%, para 106 milhões de euros, “com importantes contributos das vendas de produtos de ‘trade’, da linha de produtos Amorim Wise e dos produtos lançados recentemente”. “Os países escandinavos e Portugal registaram evoluções positivas, enquanto a Alemanha (o seu principal mercado) evidenciou sinais de forte abrandamento desde o mês de julho”, refere a empresa, acrescentando que “o agravamento dos custos, nomeadamente de energia e matérias-primas não cortiça, penalizou a rentabilidade operacional da unidade de negócios” Revestimentos.

Quanto aos Aglomerados Compósitos, a unidade “manteve um desempenho robusto”, com as vendas a totalizarem 94,1 milhões de euros (+8,2%) e o EBITDA a subir para 15,2 milhões de euros, face aos 7,7 milhões do período homólogo.

De acordo com a Corticeira, “ainda que a valorização do dólar tenha tido um impacto positivo nas vendas, a melhoria do ‘mix’ de produto e o aumento de preços foram os fatores determinantes para esta evolução”, tendo-se verificado “crescimento na generalidade dos segmentos onde a unidade de negócios opera, particularmente nos de ‘Aerospace’, ‘Multi-purpose Seals & Gaskets’ e ‘Mobility'”.

Adicionalmente, “as novas ‘joint-ventures’ Amorim Sports, Corkeen e Korko mantiveram uma trajetória positiva, com um contributo cada mais relevante para as vendas da unidade de negócios”, cujo rácio EBITDA/vendas subiu para 16,2%.

Relativamente às vendas dos Isolamentos apresentaram um crescimento de 12,2%, para 11,9 milhões de euros, com “uma evolução positiva dos seus mercados mais relevantes, nomeadamente França e Itália”. A atividade operacional ficou, no entanto, penalizada pelo aumento do preço de consumo de cortiça e dos custos operacionais.