O antigo ator brasileiro Guilherme de Pádua, que em 1992 assassinou a atriz Daniella Perez, morreu este domingo, 6 de novembro, na sequência de um enfarte. Tinha 53 anos.
A notícia, difundida em vários meios de comunicação social brasileiros — como a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo —, começou por ser avançada num vídeo transmitido em direto pelo pastor brasileiro Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, de que Guilherme Pádua era membro. Posteriormente, a congregação publicou uma nota oficial confirmando a morte.
Pádua, que depois de sair da prisão voltou-se para a religião e em 2017 tornou-se pastor batista, contracenava em “De Corpo e Alma” com a atriz Daniella Perez — filha da argumentista e autora desta novela da Globo, Gloria Perez — quando o crime aconteceu. A 28 de dezembro de 1992, relata a Folha de São Paulo, o corpo da atriz foi encontrado numa zona de mato, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro), com 18 perfurações, a maioria na zona do coração. As marcas deixadas indiciavam a utilização de um punhal, que nunca foi encontrado.
Quer o então ator quer a sua mulher à época, Paula Thomaz, foram condenados por homicídio. Terão tido motivações diferentes: o ator estaria insatisfeito com a presença cada vez mais diminuta na novela da Globo e a mulher teria ciúmes da relação ficcional de Pádua com a atriz.
Guilherme Pádua foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão, mas acabaria por ser libertado em 1999, após cumprir apenas um terço da pena.
Na nota (citada pela Folha) sobre a sua morte, publicada pela Igreja de que Guilherme Pádua era pastor, lia-se que o antigo ator começara por ser “acolhido” pela congregação atuando como “voluntário nas mais diversas áreas, sempre lidando com os desprezados e marginalizados”. Posteriormente, em 2017, o mesmo ano em que voltou a casar, foi ordenado pastor passando a “liderar o ministério Recomeço”.
Viveu longe dos grandes púlpitos. Não era visto a pregar para multidões, mas atuava diariamente nas mais diversas obras com aqueles que a sociedade, muitas vezes, prefere chutar para canto. Guilherme testemunhou a possível transformação que há em Jesus. Teve o recomeço reservado para todos aqueles que nele [em Jesus] creem”, refere ainda a Igreja.
Como recorda a Folha de São Paulo, Guilherme de Pádua foi um fervoroso apoiante do antigo presidente do Brasil Jair Bolsonaro. Além do percurso como ator de televisão, teve ainda papéis no teatro, entrou num filme erótico — intitulado “Via Appia” — e atuou como stripper.