Sergio Pérez a ser o mais rápido, Charles Leclerc a ficar apenas a oito milésimos de segundo do mexicano, Max Verstappen e Carlos Sainz a confirmarem que, mais uma vez, Red Bull e Ferrari eram os carros mais rápidos em pista seguidos dos Mercedes de Lewis Hamilton e George Russell. Um poucos mais atrás entre os melhores registos, o Aston Martin de Sebastien Vettel foi “o melhor dos outros” com o sétimo tempo, com Mick Schumacher a surpreender com a oitava posição e o companheiro de equipa Kevin Magnussen a não ir além do 16.º posto. Os Alpine e os McLaren ficaram um bocado mais abaixo mas a primeira sessão de treinos livres não fugiu a tudo o que foi marcando a temporada. Umas horas depois, tudo mudou.

Magnussen surpreende na Fórmula 1 com primeira pole da carreira

Logo na Q1, Mick Schumacher fez o pior tempo e terminou na 20.ª posição, ficando no “corte” também com os dois Alfa Romeo. Na Q2, Sebastien Vettel, Lance Stroll e Daniel Ricciardo também não passaram. Ainda assim, o golpe de teatro estava ainda por acontecer, entre a aparição da chuva e uma saída de pista de George Russell que levou a um final precoce de qualificação. Max Verstappen e o próprio Russell ainda se “safaram” com a segunda e terceira posições, Sainz estava em quinto, Pérez e Leclerc ficaram em nono e décimo, respetivamente. E na frente? Uma surpresa histórica: Kevin Magnussen. 

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Nos últimos anos houve algumas surpresas de primeiros lugares na qualificação como Lance Stroll na Racing Point em 2020 (Turquia) ou Lando Norris na McLaren no ano passado (Rússia). E, recuando um pouco mais, Pastor Maldonado na Williams em 2012 (Espanha) ou Nico Hulkenberg na Williams em 2010 (também no Brasil). “Não sei o que dizer. A equipa colocou-me em pista na altura certa, fomos os primeiros a sair do pit lane, fiz uma boa volta e… É incrível. Obrigado ao Gene Haas, ao Gunther [Steiner] e a toda a equipa por esta oportunidade. Regressei este ano depois de uma época fora e tem sido uma caminhada espantosa. Agora vamos tentar algo divertido”, comentou o dinamarquês no final.

Magnussen tornou-se em Interlagos o 106.º piloto a conseguir uma pole position na carreira, abrindo uma enorme festa entre a equipa da Haas que conseguiu também o seu primeiro lugar de sempre numa qualificação. No entanto, era complicado manter essa conjugação cósmica na corrida sprint que iria decidir a grelha para a prova deste domingo, sendo que os próprios posicionamentos dos pilotos no top 10 prometiam um sábado em cheio em São Paulo onde Max Verstappen tentava fazer o pleno em 2022 depois de ter ganho as outras duas corridas sprint em Emília-Romanha (abril) e na Áustria (julho).

Nas duas primeiras voltas, tudo continuava perfeito para o dinamarquês: primeiro lugar garantido com um grande arranque, Verstappen a não conseguir colar na traseira, Fernando Alonso a ser um dos pilotos que mais tentava mexer mas de novo em choque com a Alpine (neste caso a queixar-se que, devido a um toque por culpa de Esteban Ocon, perdera a asa da frente). No entanto, o Haas cedo mostrou que não tinha armas para aguentar muito mais essa posição, caindo para quarto na quinta volta atrás de Verstappen, Russell e Carlos Sainz, os únicos pilotos que podiam na verdade lutar pela primeira posição.

Mais do que nunca, essa expressão podia aplicar-se. Tudo porque, ao contrário dos filmes antes vistos, os pneus médios acabaram por ser o pior inimigo de Verstappen, que foi perdendo posições após dar muita luta à ultrapassagem de George Russell e entrou nas últimas quatro voltas já em quarto, com Carlos Sainz em segundo e Lewis Hamilton a assumir a terceira posição, sendo que, devido a uma troca de motor do espanhol, os Mercedes voltam a ter 1-2 na grelha de partida para o Grande Prémio do Brasil deste domingo com a particularidade de também Russell ter conseguido aquela que foi a sua primeira pole position da carreira. Kevin Magnussen aguentou ainda uma posição de pontos com o oitavo lugar, sendo que depois da corrida a notícia em Interlagos acabou por ser o incêndio no Alpine de Esteban Ocon.