Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo (RDCongo) lançaram esta segunda-feira oficialmente uma parceria para trabalhar na preservação das suas vastas florestas tropicais, ameaçadas pela extração de madeira e pela agricultura, como parte da busca por soluções climáticas.

“Representantes da Indonésia, Brasil e República Democrática do Congo anunciaram cooperação sobre a floresta tropical e ação climática à margem da COP27 no Egito em 7 de novembro e assinaram hoje um comunicado conjunto”, anunciou num comunicado divulgado pelas autoridades de Jacarta, o ministro dos Assuntos Marítimos e Investimentos indonésio.

“Precisamos de cooperar com outros para alcançar objetivos comuns. Sozinhos podemos fazer tão pouco, juntos podemos fazer muito”, disse o governante indonésio na véspera da cimeira do G20, que junta as 20 principais economias do mundo.

O acordo prevê a compensação desses três países pela comunidade internacional pela redução do desmatamento, com foco em temas comuns como o financiamento climático e o preço por tonelada de carbono no mercado de créditos de carbono.

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No comunicado afirma-se que os três países “têm um interesse comum em colaborar para aumentar o valor das suas florestas tropicais e garantir que essas florestas continuem a beneficiar o clima e os seus habitantes”.

Espera-se que o Presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometa a reverter a política ambiental de seu antecessor de direita, Jair Bolsonaro, para proteger a floresta amazónica.

A presença na COP27, em Sharm el-Sheikh, onde deve intervir na quarta-feira, será a primeira viagem internacional de Lula depois de ter derrotado Bolsonaro na segunda volta das presidenciais realizadas no passado dia 30 de outubro.

Durante a campanha eleitoral, Lula da Silva prometeu trabalhar pelo desmatamento zero.

O Brasil estará representado na cimeira do G20, que decorrerá na terça e quarta-feira, pelo seu chefe da diplomacia, Carlos França.

A República Democrática do Congo (RDCongo), que abriga 60% das florestas tropicais da bacia do Congo, atraiu críticas depois de ter leiloado blocos de exploração petrolífera em áreas sensíveis.

País pobre apesar dos recursos minerais que tem e minado por conflitos armados, a RDCongo sustenta que a exploração dos seus combustíveis fósseis é um imperativo económico.

Todavia, a ministra do Meio Ambiente da RDCongo, Eve Bazaida Mazudi, considera que os três países podem oferecer soluções para as mudanças climáticas.

“O planeta está a ficar cada vez mais quente, então a Humanidade precisa de florestas tropicais para fixar o CO2”, disse ela, citada no comunicado indonésio.