O descontentamento português não se resumiu à derrota na final do campeonato do mundo de hóquei em patins. Já a noite (ou madrugada) ia longa em Portugal quando, em San Juan, na Argentina, a equipa da casa venceu, com direito a reviravolta, a Seleção Nacional por 4-2. Portugal falhou assim a revalidação do título e apontou o dedo à arbitragem e à organização da prova.
“Não nos deixaram fazer mais. Ao longo da final, foram vistas muitas agressões. Enquanto as agressões não forem punidas, vamos continuar a sentir-nos envergonhados. É impossível os árbitros não terem visto. Tenho pena que as arbitragens tenham sido cobardes e não tenham tido a coragem de expulsar jogadores ao longo da competição. “, apontou o capitão de Portugal, João Rodrigues, insatisfeito com os acontecimentos vividos na pista do Aldo Cantoni.
Além da arbitragem do jogo de atribuição do título, os atletas portugueses destacam momentos negativos envolvendo a organização . Hélder Nunes salientou a cerimónia protocolar antes da final. “Não vou esquecer terem cortado o hino a meio e terem virado a bandeira ao contrário”, frisou.
O selecionador nacional, Renato Garrido, preferiu valorizar o comportamento dos jogadores ao longo do campeonato do mundo. “Vou agarrar-me à atitude fantástica que tivemos”. Na última edição da prova, em 2019, Portugal venceu o título mundial ao vencer a Argentina nas grande penalidades após um empate sem golo no tempo regulamentar. Ao comparar as duas competições, Renato Garrido assume “Portugal não teve a sorte que teve em Barcelona”.
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De olhos no futuro, Hélder Nunes aponta o stick ao Mundial de 2024. “Temos uma geração com muita experiência, porque jogamos juntos há muitos anos. Vamos continuar a trabalhar. O último Europeu, em Portugal, correu-nos mal, mas temos feito boas figuras nos últimos Mundiais. Esta geração sabe ganhar e sabe vender cara a derrota”.
Na final deste domingo, Portugal esteve a vencer por 2-0 com um bis de Henrique Magalhães. A seleção argentina conseguiu a cambalhota no marcador com golos de Pablito Alvaréz (duas vezes), Carlos Nicolía e Ezequiel Mena.
João Rodrigues lamentou a falta de eficácia da equipa. “Podíamos ter gerido o jogo de outra maneira. Falhámos algumas ocasiões para dilatarmos o marcador. Ficamos tristes, vão ser dias complicados. Fomos uns heróis tendo em conta as circunstâncias que vivemos hoje”.