O primeiro-ministro reafirmou esta terça-feira que vai processar o ex-governador do Banco de Portugal por ofensa à honra depois de, em livro, Carlos Costa relatar que foi pressionado por para não retirar Isabel dos Santos do BIC.
Eu, sobre esse assunto, não tenho mais nada a dizer. Já tive a oportunidade de dizer na semana passada que as declarações que o Dr. Carlos Costa referiu a meu respeito são ofensivas do meu bom nome, da minha honra e da minha consideração e, por isso, já constituí um advogado para agir pelos meios legais”, afirmou António Costa à margem da inauguração da exposição “Quem conta um conto… Paula Rego na Coleção de Serralves” na Fundação de Serralves, no Porto.
Apesar da insistência dos jornalistas sobre as declarações do ex-governador do Banco de Portugal na apresentação do livro “O Governador”, do jornalista do Observador Luís Rosa, que decorreu esta terça-feira na Gulbenkian, em Lisboa, Costa frisou não ter mais nada a dizer.
“Não vale a pena repetirem dez vezes a mesma pergunta que eu darei dez vezes a mesma resposta”, vincou.
António Costa insistiu que as declarações proferidas pelo ex-governador do Banco de Portugal são “falsas” e, depois do mesmo não se ter “retratado, nem pedido publicamente as desculpas que eram devidas”, constituiu um advogado.
“Eu já tive oportunidade de dizer e acho que é claro que as afirmações proferidas pelo dr. Carlos Costa, para além de falsas, são ofensivas do meu nome, da minha honra e da minha consideração”, repetiu.
Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre a independência do Banco de Portugal.
Carlos Costa voltou a acusar esta terça-feira o primeiro-ministro de intromissão política junto do supervisor bancário no caso de Isabel dos Santos, argumentando que o confirmou na mensagem escrita que lhe enviou.
“Esta semana, no mesmo dia em que anunciava um processo judicial, o senhor primeiro-ministro enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para me transmitir a inoportunidade do afastamento da engenheira Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar a tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, disse o antecessor de Mário Centeno, numa intervenção na apresentação do livro “O Governador”, na Gulbenkian, em Lisboa.
Carlos Costa disse ainda confirmar que António Costa o “contactou por chamada” para o telemóvel no dia 12 de abril à tarde, depois de uma reunião que o antigo governador teve com Isabel dos Santos, com o sócio da empresária angolana Fernando Telles e com o diretor do departamento de supervisão Carlos Albuquerque.