O selecionador iraniano, o português Carlos Queiroz, garantiu que os seus futebolistas têm “o direito de se expressar” durante o Mundial, numa altura em que um movimento de contestação popular abala o Irão há dois meses.

É exatamente como em Inglaterra. Deves seguir o espírito do jogo e as leis da FIFA, podes expressar-te no futebol de acordo com esses princípios e valores. Todos têm o direito de se expressar”, disse Queiroz, numa conferência de imprensa dada em Doha, cujo vídeo foi veiculado por vários órgãos de comunicação social.

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Um movimento de protesto de massas que se estendeu a todo o país tem abalado o Irão desde a morte, há dois meses, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos presa por violar um rígido código de vestimenta que exige que as mulheres usem o véu islâmico em público.

Vários jogadores da seleção iraniana expressaram o seu apoio aos protestos nas redes sociais, usando pulseiras pretas durante as partidas ou recusando-se a cantar o hino nacional.

A estrela da equipa, Sardar Azmoun, jogador do Bayer Leverkusen, manifestou o seu apoio de forma mais contundente, denunciando a repressão das autoridades iranianas, tal como outros companheiros de equipa.

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O apoio dos jogadores à causa terá um eco ainda maior se a seleção iraniana for longe no Campeonato do Mundo do Qatar, que arranca no domingo, e Carlos Queiroz recordou, durante a conferência de imprensa, o elevado grau de ambição da equipa.

“Os jogadores só têm uma coisa em mente, que é lutar pelo sonho de chegar à segunda fase. São humildes e entendem uma coisa muito simples. O Irão já esteve em seis fases finais do Mundial, mas nunca esteve na segunda fase, não quer ser apenas parte da história, quer fazer história”, afirmou Carlos Queiroz.

O Irão estreia-se no Mundial perante a Inglaterra, no dia 21 de novembro, em jogo do grupo B, defrontando a seguir o País de Gales, no dia 25, e depois os Estados Unidos, no dia 29.