A Volvo Trucks, entidade separada da Volvo Cars desde 1999, é mais um construtor a apostar forte nos veículos pesados eléctricos alimentados a bateria. O primeiro destes veículos, o Volvo FL Electric, surgiu em 2019, mas desde então o fabricante sueco já concebeu e iniciou a comercialização de mais cinco camiões exclusivamente a bateria. A sua criação mais recente, o FH Electric, é um tractor semi-reboque e só a Amazon já adquiriu 20 unidades.
Os fabricantes de veículos pesados vão assistir à aceleração das medidas antipoluição com a nova norma Euro 7, que entra em vigor a partir de 2025 para os automóveis e um ano mais tarde para os camiões. Daí que estes veículos tenham de começar a ser mais eficientes, se equipados com motores a gasóleo, com as marcas a necessitarem também de comercializar muitos modelos 100% eléctricos para compensar o excesso de emissões na restante gama. É por essa razão que todos os construtores que comercializam veículos pesados na Europa já oferecem alternativas eléctricas, com a promessa de que esta tecnologia não só não vai parar de crescer, como se vai tornar cada vez melhor, em termos de potência e de autonomia.
Euro 7 melhora ambiente mas aumenta preços dos carros e camiões novos
Os camiões da Volvo Trucks são fabricados com recurso ao que o construtor apelida de aço fossil free, um metal produzido pela Fábrica de Aço Sueco (SSAB) que, em vez de recorrer a combustíveis derivados do petróleo para fabricar aço, recorre a energia eléctrica gerada a partir de fontes renováveis e hidrogénio. Além do aço sem combustíveis fósseis, os camiões da Volvo são 90% recicláveis, além de utilizarem na sua construção 30% de materiais reciclados, minimizando assim a pegada ambiental.
Além do inicial FL Electric, a Volvo Trucks tem vindo a reforçar a gama com o VNR Electric e, mais recentemente, o FH Electric. Este camião semi-reboque anuncia a capacidade de puxar um total de 44 toneladas, um pouco mais do que é permitido às versões a gasóleo para compensar a presença das baterias. A potência do motor em contínuo é de 490 kW, ou seja, 666 cv, o que com uma bateria de 540 kWh de capacidade explica a autonomia anunciada de 300 km, sem que o fabricante confirme se este valor diz respeito a condições de carga máxima. Embora estes valores sejam interessantes, face à concorrência europeia, o construtor sueco e os seus rivais têm de começar a ter em conta a oferta americana, com a Nikola a oferecer o Tre (37 toneladas) com 654 cv e uma bateria de 733 kWh, o que lhe assegurará 531 km entre recargas.
Pelo seu lado, o Semi da Tesla (igualmente com 37 toneladas de peso bruto), cujas entregas a clientes arrancam em Dezembro deste ano, disponibiliza duas versões com diferentes capacidades de bateria, uma com 600 kWh e uma segunda maior, com 1000 kWh. De acordo com a marca, com carga máxima, o Semi será capaz de assegurar autonomias entre 483 km e 804 km entre recargas, respectivamente.