Pelo menos 15 pessoas morreram e 31 ficaram feridas nas últimas horas em cerca de 25 ataques aéreos realizados pelo exército turco nas províncias sírias de Raqa e Hasaka, anunciou este domingo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Segundo o OSDH, uma organização não-governamental sediada em Londres, morreram pelo menos nove membros das forças curdas e seis membros das forças sírias.

O Ministério da Defesa turco anunciou esta operação aérea no norte do Iraque e na Síria contra grupos curdos que Ancara responsabilizou pela explosão do passado domingo na Avenida Istiklal, que causou pelo menos seis mortos e 81 feridos.

Estes ataques surgem dias depois de Ancara ter acusado o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) de estar por detrás dos bombardeamentos do passado domingo no centro de Istambul. Além disso, a Turquia considera as Unidades de Proteção Popular (YPG), a principal componente das FDS, uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerada terrorista naquele país.

Ambos os grupos negaram qualquer envolvimento no ataque que matou seis pessoas. No entanto, o ministro do Interior turco apontou que “tem suspeitas” de que a ordem foi dada a partir da cidade de Kobane, um dos grandes objetivos desta operação.

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Na sua primeira avaliação, o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, disse este domingo que a operação destruiu com sucesso “abrigos, bunkers, grutas, túneis e armazéns de terroristas” e que um “quartel-general da organização terrorista também foi atacado e destruído”. “O nosso objetivo é garantir a segurança dos nossos 85 milhões de cidadãos e das nossas fronteiras, e responder a qualquer ataque traiçoeiro contra o nosso país”, avisou Hulusi Akar.

O comandante-geral das Forças Democráticas da Síria (FDS), Mazlum Abdi, afirmou que o que aconteceu no ataque aéreo foi uma “grande catástrofe” e pediu às famílias da zona para ficarem em casa. “Estamos a fazer tudo o que podemos para evitar uma grande catástrofe. Se a guerra começar, todos serão afetados”, alertou, em declarações recolhidas pela agência curda Rudaw e divulgadas pela Efe.

Kobane foi capturado pelo Estado Islâmico (ISIS) em 2014, mas foi expulso pelas forças curdas aliadas dos Estados Unidos. As FDS têm sido um aliado fundamental dos EUA durante a guerra contra o ISIS e receberam um extenso treino militar de Washington.

Ainda no sábado, o Consulado-Geral dos EUA em Erbil emitiu um alerta de segurança sobre uma iminente ofensiva turca na região do Curdistão e no nordeste da Síria, enquanto o Departamento de Estado aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para a região.