O embaixador português no Qatar, Paulo Pocinho, terá sido chamado pelo governo do Qatar a propósito das declarações “hostis” de altos responsáveis portugueses sobre as violações de direitos humanos no país.

De acordo com a CNN Portugal, Pocinho terá reunido com o vice-primeiro-ministro qatari, que fez saber que as manifestações contra o país não são aceitáveis, e que o emirado só não irá tomar medidas mais drásticas em nome da amizade entre os dois países.

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Ao Observador, o ministério dos Negócios Estrangeiros confirma “que o embaixador de Portugal em Doha esteve, conforme prática habitual no ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, no quadro da preparação da deslocação do Presidente da República ao país, por ocasião do Campeonato Mundial de Futebol”, mas não responde à questão sobre o alegado desconforto demonstrado pelo Governo qatari pelas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.

Marcelo defende ida ao Mundial e garante: “Depois de amanhã estarei a falar de direitos humanos no Qatar”

Estas informações surgem no seguimento da polémica da última semana, centrada no debate sobre se Marcelo Rebelo de Sousa, e outras figuras de Estado, deviam ou não deslocar-se até ao Qatar para apoiar pessoalmente a seleção no Campeonato do Mundo.

Recentemente, Marcelo, depois das críticas recebidas, sublinhou que Portugal mantém “relações diplomáticas com a maioria dos Estados do mundo e a esmagadora não é democrática” e garantiu que vai falar sobre a questão dos direitos humanos quando estiver no país.

Anteriormente, o primeiro-ministro, António Costa, tinha já afirmado que quando os responsáveis políticos portugueses fossem ao Qatar, estariam a meramente a apoiar a seleção nacional, e não “a violação dos direitos humanos no Qatar e a violação dos direitos humanos e discriminação das mulheres no Qatar”.