Voria Ghafouri é um dos futebolistas mais famosos do Irão. Nas últimas semanas, apoiou as manifestações que começaram com a morte da iraniana Mahsa Amini, criticou o governo iraniano e acabou por ser detido, esta quinta-feira, quando saía do treino.

As autoridades iranianas acusam Voria Ghafouri, que joga no Foolad Khuzestan e que este ano não foi convocado para o Mundial, de propaganda contra a república islâmica e de tentar influenciar os jogadores que estão neste momento a disputar o mundial no Catar e que jogam esta sexta-feira contra o País de Gales. Aliás, no primeiro jogo deste Mundial, a equipa do Irão não cantou o hino no início da partida.

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Nas redes sociais, este jogador iraniano tem sido uma voz ativa contra o governo iraniano e tem sido criticado por membros do governo deste país, sobretudo por ser de origem curda. “Parem de matar pessoas curdas. Os curdos são o Irão. Matar curdos é o mesmo que matar o Irão”, escreveu o jogador nas redes sociais.

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Mas esta troca de acusações não é recente. Como recorda o Guardian, já em 2019, Voria Ghafouri fez uma homenagem a uma mulher que se imolou quando foi condenada a uma pena de prisão por tentar assistir a um jogo de futebol. Além disso, Voria Ghafouri já tinha sido detido por criticar Javad Zarif, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.