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A União Europeia chegou a acordo esta sexta-feira no sentido de impor um teto de 60 euros à compra de petróleo russo. Este acordo surge na sequência das decisões adotadas pelo G7 em setembro com o objetivo de travar as receitas russas com a exportação de petróleo, mas para ser eficaz terá de ser aplicado por países terceiros. Isto porque a UE impôs um embargo às importações de petróleo russo que entra em vigor a 5 de dezembro. Depois da União Europeia chegar a acordo, o G7 e a Austrália vão avançar no cap ao preço do petróleo na mesma data.

De acordo com um documento da UE citado pela CNBC, o limite de preço a impor a estas transações será revisto regularmente, mas terá sempre de ser 5% abaixo do preço médio do mercado para o petróleo com origem na Rússia. É esperado um anúncio este domingo.

As negociações dentro da União Europeia estavam a ser travadas pela Polónia que exigia mais e que conseguiu a introdução de um mecanismo de revisão que poderá ser ajustado em função do impacto que este limite terá no mercado internacional. O mecanismo prevê que seja usado o índice de preços produzido pela Agência Internacional de Energia.

O limite de 60 euros está um pouco abaixo do preço que os principais clientes — a China e a Índia — estão a comprar petróleo russo que é colocado a um desconto considerável face ao preço médio do mercado, pelo que não se espera que provoque uma queda acentuada das receitas russas.

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Por outro lado, o limite de 60 euros só se aplica a transações que envolvam armadores, petroleiros e seguradoras sediadas nos países que o vão aplicar.

De acordo com estimativas do Instituto Jacques Dellors, a Rússia faturou 67 mil milhões de euros a vender petróleo à União Europeia desde o início da guerra. É um valor superior ao orçamento anual da defesa que ronda os 60 mil milhões de euros.

A Rússia já fez saber que não tenciona cumprir qualquer limite de preços imposto por terceiros, mas de acordo com dados do comércio internacional de petróleo, citados pelo New York Times, mais de 50% dos petroleiros que trazem o petróleo da Rússia para o mercado são detido por armadores gregos. E as principais seguradoras destas transações estão sediadas na União Europeia e Reino Unido. As alternativas existem, mas podem revelar-se mais caras e menos seguras para os clientes do petróleo russo.