Andrés Manuel López Obrador, o Presidente do México, apelou à estrela de reggaeton Bad Bunny para que desse um concerto gratuito na Cidade do México. Tudo para compensar os fãs que, no fim-de-semana passado, ficaram à porta do concerto esgotado após problemas com bilhetes da Ticketmaster. O concerto no Estádio Azteca, na Cidade do México, foi a última oportunidade de ver a estrela porto-riquenha ao vivo com a digressão “World’s Hottest Tour”, antes da pausa anunciada pelo artista.

“Pedi ao Bad Bunny, sei que ele está saturado e cansado, porque trabalha muito, mas pedi-lhe que considere a possibilidade de vir ao México, ao Zócalo [uma das principais praças da Cidade do México], esperamos que venha”, disse o Presidente mexicano, num briefing com a imprensa, citado por jornais como o The Guardian ou o El País. “Não lhe podemos pagar, teria de ser uma colaboração dele”, acrescentou, especificando que poderia financiar alguns custos de produção para o concerto. O governante disse ainda que o artista, conhecido por temas como “Mia” ou “Yo Perreo Sola”, é uma pessoa “compreensiva” e “sensível”.

O concerto de Bad Bunny ficou marcado por uma polémica com a Ticketmaster, uma das maiores plataformas de venda de bilhetes para espetáculos. Milhares de fãs não conseguiram aceder ao concerto, apesar de terem bilhetes. No centro da polémica está a Ticketmaster México, que agora arrisca pagar uma multa pesada.

Alguns bilhetes foram considerados falsos, embora vários fãs alegassem que foram comprados à Ticketmaster. A empresa disse no Twitter que foi confrontada com um “número sem precedentes de bilhetes falsos”, o que terá dificultado a gestão de entradas no recinto. “A consequência lamentável foi o facto de alguns bilhetes legítimos terem visto a entrada negada” devido à confusão dos bilhetes falsos. A Ticketmaster México comprometeu-se a reembolsar quem tinha bilhetes legítimos, mas a frustração dos fãs fez-se sentir nas redes sociais por terem perdido o concerto.

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A Ticketmaster disse que está em contacto com a Profeco, a entidade responsável pela proteção do consumidor. Em entrevista à imprensa mexicana, Ricardo Sheffield, o líder da Profeco, argumentou que a Ticketmaster tem mais responsabilidades, argumentando que a empresa disse que os bilhetes “eram falsos” mas que tinha quem “os tinha emitido”. “É uma forma muito elegante de vender em excesso”, atirou o responsável, em entrevista à Radio Formula.

A Ticketmaster nega as acusações, explicando que mais de 4,5 milhões de pessoas tinham feito o registo para adquirir 120 mil bilhetes. O caso continua a ser investigado e o líder da associação de defesa de consumidor defendeu ainda que a Ticketmaster deve ser multada, arriscando um montante que pode chegar a 10% das vendas da empresa no país no ano passado.

Não é a primeira vez que a Ticketmaster se vê em águas agitadas devido a bilhetes. O caso mais conhecido é o da digressão norte-americana de Taylor Swift, em que milhões de fãs procuraram comprar bilhetes para 52 datas. A Ticketmaster organizou uma pré-venda, limitada a registos para fãs, mas a plataforma não conseguiu aguentar a “extraordinária procura”. A cantora criticou a atuação da multinacional Ticketmaster e desde então sucederam-se as queixas sobre o alegado monopólio da plataforma de bilhetes. O caso ganhou rapidamente contornos políticos.

Swiftonomics. Será Taylor Swift a conseguir quebrar o alegado monopólio da Ticketmaster?

Os fãs de Taylor Swift não deram tréguas e já se organizaram para avançar com ações legais contra a empresa. Até alguns nomes da política norte-americana exigiram responsabilidades, defendendo a divisão da companhia.