O assessor parlamentar Francesco Giorgi, um dos acusados no escândalo de corrupção já conhecido como Qatargate, implicou esta quinta-feira no caso os eurodeputados Andrea Cozzolino, chefe da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Magrebe, e Marc Tarabella.

“Qatargate ou Marrocosgate?” Há mais pormenores sobre a investigação e envolvem um misterioso “gigante” e estadias de 9 mil euros

Numa investigação ainda por encerrar, a polícia belga, que estava a conduzir este processo, já tinha feito buscas no domingo na casa do eurodeputado socialista belga Marc Tarabella.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo avançou neste dia o diário Le Soir, Francesco Giorgi, companheiro da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili (igualmente detida no âmbito deste caso), reconheceu, em declarações à polícia, a sua participação no esquema de corrupção e indicou que tanto o seu compatriota Cozzolino como o eurodeputado belga Marc Tarabella beneficiaram da trama através de Pier Antonio Panzeri.

Até agora, os detidos no âmbito desta investigação, ainda em curso, são a agora ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili, o seu companheiro e assessor, o italiano Francesco Giorgi, o seu compatriota e ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, para além do lobista e diretor da organização não-governamental (ONG) Sem Paz Sem Justiça, Niccolò Figà-Talamanca, também italiano.

De acordo com o mesmo jornal, Giorgi disse que geriu pagamentos na organização utilizada pelo Qatar para subornar eurodeputados e assistentes do Parlamento Europeu para obter favores políticos e económicos na União Europeia (UE).

Documentos a que o jornal belga diz ter tido acesso revelam contactos entre Panzeri, Cozzolino e Giorgi e também com os serviços de informação de Marrocos e o embaixador deste país na Polónia, Abderrahim Atmun.

No âmbito da operação, a polícia belga encontrou mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro durante as buscas às casas de Kaili e Panzeri.

Foi a detenção do pai da eurodeputada socialista grega, na passada sexta-feira, num hotel em Bruxelas, com uma mala contendo “centenas de milhares de euros” em notas que serviu para demonstrar o “flagrante delito” e permitiu às autoridades deter Eva Kaili, destituída do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu na terça-feira.

Francesco Giorgi, companheiro de Kaili, vai permanecer detido, depois de ter comparecido na quarta-feira perante um tribunal de Bruxelas, juntamente com o ex-deputado socialista italiano Pier Antonio Panzeri.

Eva Kaili também permanecerá em prisão preventiva pelo menos até comparecer em tribunal na próxima quinta-feira, 22 de dezembro.

Ex-vice-presidente do Parlamento Europeu mantém-se em prisão preventiva pelo menos até à próxima semana