O presidente demissionário da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, reagiu, esta segunda-feira, às declarações de António Costa, que chamou, numa entrevista à Visão, “queques que guincham” aos membros da IL. “Foi uma frase tola e mal-educada”, atirou.
Em entrevista à CMTV, João Cotrim de Figueiredo disse “não ter dado muito importância” às palavras de António Costa. Contudo, destacou que não foram ditas “por acaso”. “Aquele tom não é por acaso”, sugeriu.
Para o ainda presidente da Iniciativa Liberal, António Costa tem “medo” do partido. Na sua opinião, o primeiro-ministro reconhece que a IL é uma “alternativa ideológica ao socialismo em Portugal” e por isso emprega esse tom e faz estes “comentários de tolice” contra o partido: “Fazemo-lhes impressão, sombra e medo”.
João Cotrim de Figueiredo apontou que António Costa quer fazer uma “clivagem” entre a atual direção e a que assumirá o controlo do partido a partir de 21 de janeiro. “Mas está muito enganado. A IL continuará o rumo da oposição que enerva António Costa. Vamos ser uma oposição muito válida e completa — e isso faz-lhe impressão.”
A IL é um “partido responsável” e que é capaz de “acabar com a hegemonia socialista” — daí os receios de António Costa: “Parece ridículo que um partido com maioria absoluta tenha medo de um partido com 5% nas últimas eleições”.
Numa alusão ao pedido de desculpas a Carlos Moedas por causa do comentário sobre as cheias em Lisboa — em que António Costa justifica as declarações que fizeram com o “sono” e “cansaço” que sentia —, o líder liberal sublinhou que o primeiro-ministro está também com “sono” e “distraído” relativamente a Portugal. “O governo do PS não fez absolutamente nada.”
Questionado sobre se este comportamento é típico de uma maioria absoluta, João Cotrim de Figueiredo disse não “ter amostra suficiente para saber se é típico”, ressalvando, no entanto, que esta postura “tem ecos nas maiorias absolutas do PS e do PSD”. “Não sei se é típico, mas faz lembrar”, concluiu.