A Microsoft estará a planear uma versão do motor de pesquisa Bing com recurso ao modelo de inteligência artificial (IA) ChatGPT. A notícia é avançada pelo site The Information, que cita duas fontes com conhecimento dos planos e que indicam que o modelo seria uma ajuda para responder de forma mais humanizada às pesquisas dos utilizadores.
O ChatGPT é um modelo desenvolvido pela OpenAI, que tem a Microsoft como investidora. A tecnológica já terá investido mil milhões de dólares na empresa que desenvolve investigação na área da IA. O ChatGPT é um dos modelos mais recentes e, desde que foi disponibilizado ao público, no final de novembro, tem sido um fenómeno de popularidade.
Segundo o Information, o plano da Microsoft passará pelo lançamento da nova ferramenta, já com o modelo de IA, até ao final de março. Atualmente, o mercado dos motores de pesquisa é dominado pelo Google, que em dezembro de 2022 detinha 92,6% do mercado, contra 3% do Bing. Ao usar as capacidades de resposta e de gerar texto do modelo no Bing, a Microsoft pretenderá tornar o seu motor de pesquisa mais robusto para desafiar o domínio do Google.
Alguns dos utilizadores que interagem com o ChatGPT garantem que já estão a usar o modelo para responder a algumas pesquisas, embora sejam claras as limitações em alguns campos, nomeadamente em questões de atualidade. Por isso, começaram a levantar-se dúvidas sobre o que poderá representar a expansão do ChatGPT para o Google.
Além de não conseguir lidar com todas as questões, há uma diferença na forma como este modelo responde às perguntas: enquanto no Google vemos a informação organizada em ligações, no ChatGPT surge no formato de resposta sem ser preciso carregar em links. Mas nem sempre a resposta estará correta ou é plausível no contexto.
A gigante da internet Google também tem modelos de inteligência artificial em investigação mas, ao contrário da OpenAI, não os disponibiliza a um público alargado. Aliás, há algumas semanas foi notícia o facto de a Google não ter planos para lançar um rival do ChatGPT devido a receios de “risco reputacional”. A OpenAI tem tido alguns incidentes com modelos que reproduzem estereótipos e que são tendenciosos.
Ouça aqui A História do Dia sobre o ChatGPT
O próprio CEO da OpenAI, Sam Altman, foi o primeiro a deixar alertas para que os utilizadores não confiem demasiado nas respostas do ChatGPT. Nesta fase, o modelo é “incrivelmente limitado”, escreveu no Twitter Sam Altman. “É um erro depender dele para algo que seja importante agora”. “É um trabalho em progresso, temos muito trabalho a fazer na área da robustez e verdade”, continuou.
ChatGPT is incredibly limited, but good enough at some things to create a misleading impression of greatness.
it's a mistake to be relying on it for anything important right now. it’s a preview of progress; we have lots of work to do on robustness and truthfulness.
— Sam Altman (@sama) December 11, 2022