As revelações feitas pelo príncipe Harry no seu livro de memórias — onde admitiu que tinha matado 25 militares durante as suas missões no Afeganistão — foram criticadas por altas patentes do exército britânico. Os antigos combatentes que não concordam com as afirmações do filho mais novo do Rei Carlos III, que disse que não pensava nesses radicais como “pessoas”, mas como “peças de xadrez que tinham que sair do ‘tabuleiro'”.

O antigo coronel Tim Collins, que ficou célebre pelo seu discurso no início da guerra do Iraque onde serviu como militar, acusou Harry de se ter virado “contra a outra família, os militares, que o acolheu depois de ter afastado a sua família biológica“. De acordo com a BBC, o antigo coronel acusou ainda o duque de Sussex de escolher um caminho “estranho” e de “procurar riquezas de que não precisa”.

Não é assim que nos comportamentos no exército. Não é assim que pensamos”, frisou, criticando a “rejeição à família e ao amor de camaradagem de que [Harry] tanto precisa”.

Por sua vez, o antigo oficial do exército britânico, o coronel Richard Kemp, disse que a abordagem de Harry era incomum, mas que não vê problemas com o facto de o príncipe ter revelado o número de pessoas que matou enquanto combatia no Afeganistão. Ainda assim, considerou que ao referir-se a talibãs como “peças de xadrez”, o irmão de William pode estar a dar “propaganda ao inimigo”.

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Um antigo fuzileiro naval que, em 2008, perdeu um braço e uma perna no Afeganistão e que Harry, por várias vezes, descreveu como um “verdadeiro herói” também não ficou impressionado. No Twitter, Ben McBean pediu ao príncipe para se “calar” — e questionou o tipo de pessoas com que o filho do Rei convive.

Na onda de críticas não participou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que, de acordo com o Daily Mail, se recusou a comentar as afirmações de Harry. Ainda assim, disse estar “imensamente grato” às Forças Armadas do Reino Unido.